A reunião de Trump e Lula ganhou contornos decisivos nesta terça-feira (23), após um breve mas simbólico encontro nos corredores da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Em meio a sanções pesadas contra exportações brasileiras, o presidente dos Estados Unidos anunciou que terá uma reunião com Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana. O gesto, marcado por um abraço e declarações elogiosas, contrasta com a dura crise diplomática em curso.
O encontro ocorre no momento mais tenso das relações entre os dois países em décadas. Desde julho, Washington impôs um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, incluindo aço, alumínio e parte do agronegócio, sob justificativa de retaliação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. As medidas acirraram incertezas no comércio exterior e expuseram produtores a riscos de perda bilionária.
Durante seu discurso na ONU, Trump surpreendeu ao adotar um tom cordial ao falar de Lula. Segundo ele, os dois se cruzaram na saída do plenário e trocaram um abraço que abriu espaço para um diálogo futuro e para a reunião de Trump e Lula na próxima semana.
“Eu estava entrando, e o líder do Brasil estava saindo. Nós nos abraçamos. Na verdade, concordamos que nos encontraríamos na semana que vem. Não tivemos muito tempo para conversar, uns 20 segundos, mas foi um bom sinal”, disse Trump.
Mais adiante, o presidente norte-americano reforçou a simpatia pessoal pelo líder brasileiro.
“Ele parece um homem muito agradável. Eu gosto dele, e ele gosta de mim. Tivemos ali uma química excelente. Eu gosto de fazer negócios com pessoas de quem eu gosto”, afirmou.
Enquanto Trump exaltava a “boa química” com Lula, também criticava a condução da política interna no Brasil. O contraste entre a retórica agressiva e os acenos pessoais evidenciou a ambiguidade da relação.
Confira no vídeo da CNN o discurso de Trump na ONU:
Reunião de Trump e Lula e as tarifas de 50%
A agenda da próxima semana será a primeira oportunidade formal para discutir as sanções. O tarifaço já provoca efeito direto sobre exportações de aço, derivados de alumínio e parte da pauta agrícola. Empresas brasileiras relatam dificuldade para renegociar contratos e risco de perda de competitividade no mercado americano, um dos principais destinos de produtos industriais do Brasil. A reunião de Trump e Lula é vista como a chance de reduzir o impacto imediato dessas barreiras.
Contradição entre ataques e elogios pessoais
O contraste ficou evidente: de um lado, Trump ampliou críticas ao processo contra Bolsonaro e usou a ONU para acusar o Brasil de restringir liberdades; de outro, buscou aproximação pessoal com Lula. Analistas apontam que essa dualidade é característica da diplomacia direta do presidente americano, marcada por pragmatismo e forte apelo pessoal em negociações.
A cena do abraço e os elogios públicos a Lula foram recebidos em Brasília como uma abertura inesperada, capaz de criar espaço político para reduzir tensões. Nesse contexto, a reunião de Trump e Lula torna-se um ponto de inflexão na crise.
Fontes diplomáticas confirmaram que a reunião ocorrerá, embora ainda não se saiba se será presencial na Casa Branca ou por videoconferência.
Impactos futuros da reunião de Trump e Lula
O resultado da reunião de Trump e Lula pode definir os rumos das exportações brasileiras em 2026. Se houver acordo, as tarifas podem ser reduzidas gradualmente, trazendo alívio para setores estratégicos. Caso contrário, a crise tende a se prolongar e ampliar os custos para indústrias nacionais.
O Brasil, que vinha acumulando perdas com barreiras comerciais, enxerga na reunião a possibilidade de reposicionar sua agenda de exportações e recuperar credibilidade no diálogo direto com Washington.
Futuro da reunião de Trump e Lula
A reunião de Trump e Lula surge como um teste importante para a diplomacia brasileira. Entre elogios pessoais e sanções pesadas, a capacidade dos líderes de transformar um abraço em negociação concreta será determinante para o futuro das exportações e para o equilíbrio da relação Brasil-EUA.