O descontrole dos gastos públicos levou o governo federal a anunciar neste mês o bloqueio de R$ 12,1 bilhões em despesas dos ministérios em 2025, valor R$ 1,4 bilhão superior ao travado em julho. Segundo economistas, a medida evidencia a falta de controle fiscal e ajuda a explicar por que a taxa Selic segue elevada.
Descontrole dos gastos públicos e impacto no fiscal
De acordo com especialistas em orçamento público, a folga fiscal despencou de R$ 4,7 bilhões para apenas R$ 800 milhões, revelando vulnerabilidade nas contas. O descontrole dos gastos públicos aparece principalmente nas despesas obrigatórias, como Benefício de Prestação Continuada (BPC), saúde, abono salarial e seguro-desemprego, que continuam crescendo sem reformas estruturais. A projeção de déficit primário de R$ 30,2 bilhões ainda está dentro da tolerância, mas com margem mínima.
Inflação e Selic travadas pelo descontrole dos gastos públicos
O Banco Central já apontou que o descontrole dos gastos públicos alimenta risco inflacionário e afasta a perspectiva do cortes de juros. Economistas destacam que, enquanto houver despesas descontroladas, a Selic deve permanecer em 15%. Essa situação encarece crédito, desestimula consumo e atrasa investimentos, mostrando como a política fiscal e a política monetária se chocam no cenário atual.
Impactos do bloqueio bilionário na economia
O descontrole dos gastos públicos que levou ao bloqueio deve trazer efeitos distintos para a economia:
Positivos
- Ajuda a conter expectativas de inflação.
- Reforça compromisso do governo com a meta fiscal.
- Pode melhorar a percepção de curto prazo junto ao mercado financeiro.
Negativos
- Reduz investimentos públicos e trava obras.
- Afeta empresas fornecedoras do governo e geração de empregos.
- Mantém a Selic elevada, já que não resolve os gastos obrigatórios.
Governo admite preocupação com receitas
Em entrevista, o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que a arrecadação pode ser prejudicada pela desaceleração econômica e pelos juros altos. Segundo economistas, a dependência de receitas voláteis, como royalties e dividendos, reforça a fragilidade das contas. Para especialistas em orçamento público, essa vulnerabilidade é consequência direta do descontrole econômico e da incapacidade de reduzir despesas obrigatórias.
Consequências do descontrole
O bloqueio de R$ 12,1 bilhões foi apenas uma resposta emergencial. Enquanto persistir o descontrole dos gastos públicos, a inflação continuará pressionada, a Selic seguirá alta e a confiança na política econômica permanecerá abalada.