O índice de 0,48% no IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) de setembro de 2025 reacendeu o interesse sobre como funciona a prévia da inflação oficial. A diferença entre IPCA e IPCA-15 está justamente no calendário e na abrangência da coleta de preços, mas ambos seguem a mesma metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e funcionam como termômetro do custo de vida, usado pelo mercado e pelo governo.

Como funciona o IPCA-15

Na prática, o IPCA-15 mede a variação de preços para famílias com renda de 1 a 40 salários-mínimos, assim como o IPCA cheio. A distinção aparece no calendário de coleta e no alcance geográfico:

• Período de coleta: 15 de agosto a 15 de setembro no IPCA-15; de 1º a 30 de setembro no IPCA.
• Abrangência: 11 localidades no IPCA-15 (Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Fortaleza, Curitiba, Belém, Brasília e Goiânia); 16 no IPCA (inclui Vitória, Campo Grande, São Luís, Aracaju e Rio Branco).

Ambos consideram a mesma cesta de produtos e serviços, mas o IPCA-15 é divulgado antes, servindo como prévia da inflação oficial.

Comparação em setembro de 2025

Em setembro de 2025, o IPCA-15 acumulou 5,32% em 12 meses — acima dos 4,95% registrados no período anterior e do teto da meta do governo (4,5%). Esse resultado já indicou pressão inflacionária mesmo antes da divulgação do índice cheio.

Assista abaixo ao vídeo oficial do IBGE que explica, de forma simples, como o IPCA e o IPCA-15 são calculados:

O IPCA completo de setembro será conhecido em 9 de outubro. Já a próxima prévia, referente a outubro, será publicada em 24 do mesmo mês, reforçando o acompanhamento contínuo da inflação.

Importância da diferença entre os índices

Entender a diferença entre IPCA e IPCA-15 não é apenas um detalhe técnico. O mercado financeiro, analistas e o próprio governo utilizam a prévia como referência para decisões imediatas, desde projeções de investimento até o debate sobre cortes na taxa Selic. Para o Banco Central, o IPCA-15 sinaliza se há espaço para reduzir juros ou se choques de preços, como o da energia elétrica em setembro de 2025, exigem cautela. Segundo o IBGE, esse acompanhamento antecipado funciona como um guia não só para economistas, mas também para famílias e empresas que precisam se planejar frente à variação do custo de vida.