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Inflação de setembro estoura meta. Choque da conta de luz domina IPCA-15

A inflação de setembro ultrapassou a meta estabelecida pelo governo, impulsionada por um aumento significativo nas tarifas de energia elétrica, que subiram 12,17%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou um avanço de 0,48%, acumulando 5,32% nos últimos 12 meses. Enquanto a energia elétrica se destaca como o principal fator de pressão inflacionária, outros grupos, como alimentação e transportes, apresentaram retrações. O cenário atual reabre o debate sobre a redução da Selic e os desafios da política monetária. Analise como esses aspectos afetam a economia e quais perspectivas podem surgir para o futuro.
a inflação de setembro rompeu a meta e reacendeu o debate sobre a Selic.
A inflação de setembro, com 5,32% em 12 meses, superou o teto da meta e voltou a pressionar o debate sobre os rumos da Selic. (Imagem: Canva)

A conta de luz mais cara não pesou apenas no bolso das famílias: também empurrou a inflação de setembro de 2025 acima da meta definida pelo governo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,48% após deflação em agosto e acumulou 5,32% em 12 meses, superando o teto de 4,5%. O dado, divulgado nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pressiona a política monetária e limita cortes mais agressivos da Selic.

Inflação de setembro: energia elétrica e habitação

O grupo Habitação subiu 3,31% e adicionou 0,50 ponto percentual ao índice. A energia elétrica residencial disparou 12,17% e sozinha respondeu por 0,47 p.p. da inflação de setembro. Esse choque refletiu três fatores:

  • Fim do Bônus Itaipu, que havia beneficiado 80,8 milhões de consumidores em agosto.
  • Entrada da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que acrescentou R$ 7,87 a cada 100 kWh.
  • Reajustes regionais, como em Belém (+11,38%) e Salvador (+4,97%).

Além da energia, outros grupos registraram altas:

  • Vestuário: +0,97% (roupas femininas +1,19%; calçados +1,02%)
  • Saúde e cuidados pessoais: +0,36% (planos de saúde +0,50%)
  • Despesas pessoais: +0,20%
  • Educação: +0,03%

Quatro grupos recuaram:

  • Alimentação e bebidas: -0,35%
  • Transportes: -0,25%
  • Artigos de residência: -0,16%
  • Comunicação: -0,08%

Alimentos e transportes — Impacto na inflação de setembro

A alimentação apresentou queda de 0,35%, a quarta consecutiva, ajudando a conter a pressão geral.

  • Alimentação no domicílio: -0,63%
    • Tomate: -17,49%
    • Cebola: -8,65%
    • Arroz: -2,91%
    • Café moído: -1,81%
    • Frutas: +1,03%
  • Alimentação fora do domicílio: +0,36%
    • Refeições: +0,20%
    • Lanches: +0,70%

Nos transportes, o recuo de 0,25% refletiu:

  • Seguro de veículo: -5,95%
  • Passagens aéreas: -2,61%
  • Gasolina: -0,13%
  • Gás veicular: -1,55%
  • Diesel: +0,38%
  • Etanol: +0,15%
  • Táxi: +4,44% (Belém +21,53%; São Paulo +10,55%)
  • Tarifas urbanas: gratuidades em Brasília (-9,85%) e Belém (-6,27%); ônibus em Curitiba (-2,86%)

Apesar desse alívio, os recuos em alimentos e transportes não conseguiram neutralizar o choque da energia elétrica no resultado da inflação de setembro.

Em relação às regiões, todas as 11 pesquisadas tiveram alta. Recife registrou a maior variação (0,80%), puxada pela energia (+10,69%) e gasolina (+4,78%). Goiânia ficou no extremo oposto, com 0,10%, beneficiada pela queda da gasolina (-2,78%) e do tomate (-24,39%).

Pressão inflacionária e futuro da inflação

Com 5,32% acumulados em 12 meses, a inflação de setembro rompeu a meta e reacendeu o debate sobre a Selic. A escalada da energia mostra que choques setoriais ainda podem comprometer o controle de preços, mesmo com alimentos em queda. Para o Banco Central, o dado limita cortes mais agressivos da taxa de juros e reforça a cautela com pressões em serviços e energia. Entre especialistas, a discussão agora é o que impactou a inflação de setembro e como esses fatores devem se refletir nos próximos meses.

O IPCA cheio de setembro de 2025 será divulgado em 9 de outubro, enquanto a próxima prévia, o IPCA-15 de outubro, sairá em 24 de outubro.

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