Segundo fontes do mercado, a compra da Kovr pela J&F teria seguido um formato incomum. A holding financiou executivos da seguradora, que primeiro adquiriram a fatia do Banco Master. Entre eles estavam o CEO Thiago Moura, Eduardo Viegas e Renato Rennó, já sócios minoritários. Em seguida, o ativo estaria alinhado para ser incorporado pela J&F, caracterizando um arranjo triangular que chamou atenção no setor.
Banco Master sob pressão
A compra da Kovr pela J&F acontece enquanto o Banco Master tenta rolar um empréstimo de R$ 4 bilhões junto ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC). O controlador, Daniel Vorcaro, corre contra o tempo para reforçar a liquidez e reduzir a pressão regulatória. O cenário se agravou após o Banco Central ter bloqueado a tentativa de venda de uma fatia do banco ao Banco de Brasília (BRB). Rumores de possível intervenção do regulador circulam no mercado, aumentando a tensão em torno do futuro da instituição.
Compra Kovr pela J&F: Avaliação e ritmo acelerado
Fontes próximas avaliam a Kovr entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões. O negócio, ligado à compra Kovr pela J&F, fechou rapidamente e reforça a percepção de que Vorcaro precisou desimobilizar ativos em condições menos favoráveis. O contexto mostra como a urgência de um vendedor abre espaço para um comprador com caixa se consolidar em posição estratégica.
Comparativos recentes com a compra da Kovr pela J&F
O modelo triangular da compra da Kovr pela J&F não é caso isolado. No dia 04/09, a Reag Investimentos (REAG3) transferiu o controle para a Arandu Partners Holding, formada por seus próprios executivos, em operação conduzida sob a pressão do controlador João Carlos Falbo Mansur. Já no dia 20/09, a Natura anunciou a venda das operações da Avon na América Central, incluindo a Avon Card, por apenas US$ 1, ilustrando situações em que a necessidade estratégica se sobrepõe ao valor contábil.
Bastidores do setor financeiro
Nos bastidores, a compra da Kovr pela J&F é vista como reflexo da dinâmica em que compradores com liquidez aproveitam a fragilidade de instituições pressionadas. Para a holding da família Batista, o negócio amplia o portfólio financeiro e cria sinergias com Original e PicPay. Para o Master, a transação representa mais um passo em uma corrida contra o tempo diante de credores e do Banco Central.