Em 26/09/2025, o Banco Central divulgou em Brasília o Censo de Capitais Estrangeiros 2024, que apontou um estoque recorde de US$ 1,141 trilhão em investimento estrangeiro direto (IED), o equivalente a 46,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Com esse resultado, o Investimento estrangeiro no Brasil alcança patamar histórico e reforça a presença internacional no país, mesmo sob tensões comerciais com os Estados Unidos e desaceleração global. Desse total, US$ 884,8 bilhões correspondem à participação no capital social de quase 19 mil empresas, enquanto US$ 256,4 bilhões referem-se a operações intercompanhia, como empréstimos entre subsidiárias.
Setores que concentram o Investimento estrangeiro no Brasil
Segundo o Banco Central, o capital internacional não se distribui de forma uniforme. Em 2024, os recursos foram alocados da seguinte maneira:
- 59% para serviços,
- 29% para indústria,
- 12% para agropecuária e extrativismo mineral.
Esse retrato, portanto, confirma a centralidade do setor terciário e, ao mesmo tempo, sugere a necessidade de reequilíbrio entre atividades produtivas e financeiras. Além disso, o Investimento estrangeiro no Brasil evidencia que a indústria segue relevante pela geração de empregos e pelas exportações, enquanto a agropecuária permanece competitiva no mercado global.
Ramos mais atrativos para o capital internacional
Dentro dos setores, algumas atividades se consolidaram como destinos prioritários de recursos:
- 22% em serviços financeiros e auxiliares,
- 8% em extração de petróleo e gás,
- 7% em comércio, exceto veículos,
- 5% em eletricidade e gás,
- 4% em produtos químicos,
- 4% no setor automotivo.
Essas áreas, em síntese, combinam rentabilidade e relevância estratégica. Assim, o Investimento estrangeiro no Brasil tende a se concentrar onde há escala, demanda recorrente e marcos regulatórios mais previsíveis, enquanto petróleo e gás reafirmam a centralidade da matriz energética brasileira.
Riscos e projeções para o futuro econômico
Apesar do marco histórico, a dependência de serviços e de commodities energéticas expõe a economia a choques externos. Ademais, tensões comerciais com os Estados Unidos e incertezas globais pressionam políticas voltadas à diversificação da base receptora de capital. Nesse contexto, o Investimento estrangeiro no Brasil ganha sustentabilidade quando direcionado para projetos industriais, tecnológicos e de infraestrutura capazes de reduzir vulnerabilidades e ampliar a capacidade produtiva.
Investimento estrangeiro no Brasil e seus impactos de longo prazo
O desempenho de 2024 consolida o país como destino relevante de capital. Entretanto, o Investimento estrangeiro no Brasil precisa avançar para setores que ampliem inovação, produtividade e empregos de qualidade. Caso contrário, os ciclos associados a serviços financeiros e commodities continuarão a impor volatilidade. Isso pode implicar para os cidadãos alternância entre oportunidades de trabalho e períodos de instabilidade; para a economia, a diversificação do capital estrangeiro será determinante para sustentar competitividade, investimentos em cadeias locais e crescimento mais equilibrado.