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Aporte bilionário da Cosan reforça caixa e expõe fragilidade da Raízen

A injeção recente de R$ 10 bilhões na Cosan reduz sua dívida e fortalece a holding, mas revela a fragilidade da Raízen. Com uma dívida líquida de R$ 49,2 bilhões e crescentes desafios, a Raízen enfrenta um dilema. Enquanto a Cosan busca novos investidores, a pressão sobre a Raízen aumenta, resultando em desinvestimentos e um lento processo de desalavancagem. O futuro da joint-venture é incerto, e o mercado observa de perto os próximos passos. Entenda como essa situação pode afetar o setor sucroenergético no Brasil.
Aporte na Cosan reduz dívida e pressiona Raízen
Aporte na Cosan: R$ 10 bilhões reduzem dívida da holding, mas deixam Raízen sob pressão por novos investidores. (Foto: Imagem)

O aporte na Cosan de R$ 10 bilhões, anunciado na última semana e subscrito por BTG Pactual, Perfin e Aguassanta, dá novo fôlego à holding. A operação corta quase 60% da dívida líquida de R$ 17,5 bilhões registrada no segundo trimestre. Além disso, reduz a alavancagem, que estava em 3,4 vezes o EBITDA. O impacto imediato fortalece o balanço da controladora, mas também expõe os desafios da subsidiária Raízen.

Aporte na Cosan fortalece holding, mas deixa Raízen pressionada

Além da elevada dívida, os resultados recentes da Cosan explicam a urgência pela capitalização. A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 1,788 bilhão no primeiro trimestre de 2025 e de R$ 946 milhões no segundo. Esses valores contrastam com perdas bem menores em 2024 e refletem principalmente o impacto negativo no resultado de equivalência patrimonial. Nesse contexto, o aporte na Cosan surge como instrumento essencial para conter o avanço das perdas e preservar liquidez.

O reforço de caixa fortalece a estrutura da holding e reduz despesas financeiras, mas não resolve a situação da Raízen, joint-venture com a Shell. A subsidiária acumula dívida líquida de R$ 49,2 bilhões e alavancagem de 4,5 vezes. Esse contraste entre a melhora da controladora e a vulnerabilidade da Raízen amplia a incerteza sobre o grupo.

A decisão também muda as expectativas sobre novos investidores. O BTG, cogitado como candidato a injetar capital na Raízen, dificilmente ampliará exposição após o aporte na Cosan. A Mitsubishi, sócia minoritária, surge como alternativa, mas analistas lembram que o setor sucroenergético enfrenta margens comprimidas e risco elevado, o que dificulta captações.

Raízen aposta em desinvestimentos diante da falta de reforço

Sem recursos da controladora, a Raízen acelera desinvestimentos. Com apoio do JPMorgan, já levantou R$ 2,7 bilhões até julho com a venda de ativos. A expectativa é ampliar esse valor até o fim do ano. Apesar do esforço, investidores avaliam que o ritmo de desalavancagem é lento, o que mantém pressão sobre a companhia.

A bolsa traduz esse cenário. As ações da Cosan recuaram mais de 52% nos últimos 12 meses. A queda está ligada à frustração com a desalavancagem e ao efeito dos juros altos sobre empresas endividadas.

O desafio além do aporte bilionário na Cosan

O aporte na Cosan garante alívio imediato à controladora, que reduz dívida e reforça disciplina financeira. Entretanto, a Raízen segue diante de um dilema. A empresa precisa cortar passivos em condições desfavoráveis e sem novos parceiros estratégicos. Portanto, o caminho dos próximos meses será decisivo para a confiança do mercado em 2026, já que a joint-venture continua essencial para a transição energética no Brasil.

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