A geração de empregos na construção civil em agosto reforçou o peso do setor na economia brasileira. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego nesta segunda-feira (29), apontou a criação de 17.328 vagas formais no mês. A expansão ocorreu com 7.001 postos na construção de edifícios, 5.072 em obras de infraestrutura e 5.255 em serviços especializados para a construção.
Empregos na construção civil em agosto mantém ritmo em 2025
Entre janeiro e agosto, a construção acumulou 194.545 novos empregos com carteira assinada. Esse volume representa 12,95% das 1,501 milhão de vagas criadas no país. O número ficou abaixo do mesmo período de 2024, quando o setor abriu 214.676 postos. Ainda assim, confirma oito meses consecutivos de saldo positivo na geração de empregos. O total de trabalhadores formais chegou a 3,052 milhões, muito próximo do recorde histórico de 3,074 milhões registrado em outubro de 2013.
CBIC alerta para os juros
Para a economista-chefe da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, a evolução recente é reflexo da natureza de longo prazo do setor.
“Os lançamentos e as vendas de anos mais recentes continuam proporcionando a criação de novos postos de trabalho. Entretanto, o setor permanece preocupado com o cenário caracterizado por um alto patamar de juros, que acaba inibindo ou adiando novos investimentos”, afirmou.
O presidente do Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil (SINFAC CE.PI.MA.RN), Geldo Machado, também avaliou que o custo elevado do crédito segue como entrave para novos empreendimentos.
“Enquanto os juros permanecerem nesse nível, a construção terá dificuldade para transformar seu potencial em mais obras e contratações. Isso limita a expansão e pode reduzir o ritmo da geração de empregos”, destacou Machado.
Perspectivas para empregos na construção civil em agosto
Os números mostram que a construção civil permanece como importante motor de absorção de mão de obra. Porém, a continuidade dessa trajetória dependerá do custo do crédito e da capacidade de sustentar investimentos em obras e infraestrutura. Se os juros permanecerem elevados, o ritmo atual pode perder força, atrasando novos projetos e limitando a expansão de vagas. Nesse cenário, os empregos na construção civil em agosto reforçam a relevância do setor, mas também evidenciam o desafio de manter esse desempenho nos próximos meses.