O risco de shutdown nos Estados Unidos pressiona o câmbio e impulsiona debates sobre alternativas monetárias. Nesta semana, o dólar recuou diante da incerteza fiscal americana. Nesse ambiente, analistas destacam que outras opções de reserva de valor ganham espaço. O bitcoin, visto como concorrente do dólar, assim como o ouro, estão entre os destaques.
Segundo relatório do Deutsche Bank, publicado em setembro de 2025, a maior criptomoeda do mundo pode assumir papel relevante ao lado do metal precioso na próxima década.
Bitcoin concorrente do dólar ganha espaço no debate global
O relatório avalia o bitcoin a partir de critérios estratégicos aplicados às reservas internacionais: volatilidade, liquidez, valor estratégico e confiança. Apesar das limitações atuais, o banco projeta que a cripto pode se qualificar como ativo de reserva até 2030.
Além disso, a escassez funciona como vantagem estrutural. O white paper de Satoshi Nakamoto (2008) definiu oferta fixa de 21 milhões de unidades, criando benefícios desinflacionários e limitando a perda de poder de compra em comparação às moedas fiduciárias. Nesse sentido, o bitcoin, concorrente do dólar, aparece como candidato a novo pilar das finanças globais.
Ouro mantém relevância como reserva e rival histórico da moeda americana
Ouro e bitcoin compartilham atributos de preservação de valor, mas em dimensões diferentes. O metal funciona há séculos como reserva e, segundo o Deutsche Bank, continuará central no sistema internacional. O relatório lembra que, em estágios iniciais, o ouro também apresentou forte volatilidade e que, com o tempo, sua estabilidade cresceu.
Nesse contexto, a disputa pela confiança dos bancos centrais tende a se intensificar, com destaque para ativos que oferecem:
- Escassez comprovada, no caso do Bitcoin concorrente do dólar;
- Liquidez mundial, marca registrada do ouro;
- Adoção crescente, entre investidores institucionais e empresas.
Essa dinâmica reforça a percepção de que a cripto avança gradualmente no sistema financeiro.
Bitcoin concorrente do dólar e ativo de reserva até 2030
De acordo com o relatório, quase 200 companhias em todo o mundo já mantêm bitcoin em caixa, incluindo corporações listadas em bolsas. Além disso, governos avaliam mecanismos para incorporar o ativo em balanços oficiais. No entanto, a instituição ressalta que a moeda digital ainda carece de maior confiança e transparência para competir diretamente com ativos tradicionais.
Mesmo assim, o estudo conclui que há espaço para a coexistência entre ouro e bitcoin, concorrente do dólar, nos próximos cinco anos, enquanto a moeda americana segue dominante.
Perspectivas diante da instabilidade fiscal dos EUA
A incerteza em torno das contas públicas e a ameaça de shutdown reforçam o debate sobre diversificação monetária. Embora o Deutsche Bank considere improvável a substituição imediata do dólar como principal ativo de reserva, a pressão fiscal e cambial abre espaço para que ouro e bitcoin fortaleçam presença em estratégias de bancos centrais e investidores globais.
Essa mudança de percepção pode acelerar a entrada de moedas digitais oficiais. Assim, o objetivo é de consolidar a busca por alternativas dentro do sistema financeiro internacional.