A Caixa Geral de Depósitos (CGD), maior instituição financeira de Portugal, concluiu nesta terça-feira (30/09), uma emissão de dívida verde no valor de €500 milhões, com prazo de seis anos e taxa final de 3,11%. O custo equivale a um spread (diferencial) de cerca de 65 pontos-base acima do midswap (taxa de swap intermediária) de referência, atualmente em 2,46%.
Além disso, a procura superou €2 bilhões, o que permitiu ajustar o preço. Os títulos foram emitidos como dívida preferencial sénior, com cláusula non-call de cinco anos, que impede resgate antecipado.
Condições de mercado em comparação com 2022
Essa emissão de dívida verde contrasta com outubro de 2022, quando a CGD captou €500 milhões a seis anos pagando taxa de 5,75%.
Naquele período, o ambiente europeu de juros era mais restritivo e encarecia captações. Agora, com juro de 3,11%, o banco conseguiu reduzir despesas financeiras. Portanto, a emissão reflete a melhora nas condições de mercado e o apetite crescente dos investidores por títulos sustentáveis.
Perspectivas futuras para novas emissões de dívida verde
Até 2023, o banco já havia acumulado €1,3 bilhão em operações sustentáveis. Essa nova emissão de dívida verde mostra que há espaço para ampliar o portfólio de instrumentos verdes.
Desse modo, futuras captações podem financiar projetos de energia renovável, habitação eficiente e inovação ambiental. Entretanto, o ritmo dependerá da estabilidade da política monetária europeia e da procura dos investidores institucionais.
Impacto ambiental e compromissos ESG
Em operações anteriores, a CGD informou que os recursos financiaram 6.742 habitações eficientes. Essa medida reduziu mais de 2 mil toneladas de CO₂ por ano, equivalente à captura de 93 mil árvores.
Por fim, a instituição destaca que cada emissão de dívida verde integra a estratégia de Environmental, Social and Governance (ESG). Dessa forma, o banco reforça a posição no mercado europeu de finanças sustentáveis e atende à demanda por ativos de impacto positivo.