O impacto da Braskem na Petrobras ganhou relevância em 2025, após a petroquímica apresentar forte deterioração financeira. No 1T25 (temporada de resultados do primeiro trimestre de 2025), a Braskem registrou EBITDA (indicador financeiro que representa o Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) recorrente de R$ 1,321 bilhão e geração de caixa de R$ 936 milhões, segundo dados oficiais da companhia.
No entanto, no 2T25 (temporada de resultados do segundo trimestre de 2025), o EBITDA caiu para US$ 74 milhões. O prejuízo líquido foi de R$ 267 milhões. A dívida bruta permaneceu elevada em US$ 8,6 bilhões. A quantia pressiona a estrutura de capital da empresa.
Dividendos em risco com crise da Braskem
O impacto da Braskem na Petrobras aparece de forma direta nessa frente, com projeções de redução de dividendos e necessidade de capital.
De acordo com relatório do BTG Pactual, se 25% da dívida da Braskem (cerca de US$ 1,7 bilhão) for convertida em capital próprio, a Petrobras precisará aportar o mesmo valor para manter até 49% de participação. Assim, essa hipótese reduziria a alavancagem da Braskem para 2,6 vezes dívida líquida/EBITDA até 2026, mas traria impacto direto na estatal.
O estudo indica que o dividend yield (rendimento de dividendos) da Petrobras poderia cair em 0,8 ponto percentual, para 8,2%. Sendo assim, a queda limita a remuneração aos acionistas.
Ibama ilustra impacto da Braskem na Petrobras
Apesar de progressos, como a aprovação condicional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em 24 de setembro para testes no bloco FZA-M-59, na Margem Equatorial, o mercado reagiu negativamente.
O episódio ilustra como o impacto da Braskem na Petrobras é mais relevante que avanços regulatórios. Apesar dos projetos estratégicos em andamento, investidores seguem preocupados com a possibilidade de aportes bilionários.
Impacto da Braskem na Petrobras preocupa investidores
A crise da Braskem foi agravada por cortes de rating: a Fitch rebaixou sua nota para BB- em 12 de agosto e a Moody’s reduziu para B2. No entanto, as duas tiveram percepção negativa. Além disso, negociações envolvendo a Novonor, controladora da Braskem, aumentam as incertezas. Para a Petrobras, os riscos centrais incluem:
- Aportes adicionais necessários para manter participação;
- Menor margem para distribuição de dividendos;
- Maior volatilidade em projetos de longo prazo.
Com valor de mercado reduzido a R$ 5,69 bilhões em setembro de 2025, a Braskem tornou-se um vetor de risco. Ademais, o impacto da Braskem na Petrobras seguirá no radar dos investidores, que avaliam como decisões de capitalização e regulação vão influenciar dividendos e estratégia da estatal.