A contração da indústria brasileira se intensificou em setembro, quando o Índice de Gerentes de Compras (PMI) caiu para 46,5 pontos, de 47,7 em agosto, segundo a empresa S&P Global. O patamar é o menor em 29 meses e mantém o indicador bem abaixo da linha de 50 que separa crescimento de retração. Nesse cenário, o setor enfrenta demanda enfraquecida, queda nas encomendas e dificuldades para sustentar a produção.
Contração da indústria brasileira pressiona encomendas e produção
O levantamento revelou que novas encomendas recuaram no ritmo mais forte desde abril de 2023, enquanto a produção acumulou a quinta queda mensal consecutiva. Assim, o enfraquecimento se consolidou como um dos principais fatores para que a contração da indústria brasileira tivesse no terceiro trimestre o pior resultado desde o segundo trimestre de 2023.
Destaques do relatório:
- PMI caiu para 46,5 pontos em setembro;
- Menor patamar em 29 meses;
- Produção em queda pelo 5º mês seguido;
- Novas encomendas no pior ritmo desde abril de 2023.
Custos de insumos aliviam após quase um ano de alta
O levantamento também apontou queda nos custos de insumos pela primeira vez desde o final de 2023. Esse alívio abriu espaço para algumas empresas concederem descontos em busca de estimular vendas. Portanto, segundo participantes da pesquisa, a depreciação do dólar e a melhor oferta de insumos entre fornecedores explicam a redução.
Embora não reverta de imediato a retração, esse movimento pode criar condições mais favoráveis para reverter a contração da indústria brasileira. Sendo assim, o cenário favorece potencial melhoria da competitividade nos próximos meses.
Contração da indústria brasileira convive com otimismo cauteloso
Apesar do ambiente negativo, o relatório mostra que os empresários seguem otimistas em relação aos próximos 12 meses. As projeções incluem recuperação da demanda, possíveis acordos tarifários com os Estados Unidos e investimentos em tecnologia e aquisições.
Assim, mercado de trabalho refletiu essa confiança. Houve leve aumento de empregos em setembro, após retração em agosto. Mesmo assim, a contração da indústria brasileira permanece como sinal de alerta, e o ritmo de recuperação dependerá da evolução do cenário externo e da confiança interna em manter investimentos.