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Vendas do Dia das Crianças devem atingir R$ 9,96 bi em 2025

As vendas do Dia das Crianças devem atingir R$ 9,96 bilhões em 2025, com um crescimento de 1,1% em relação ao ano passado. Embora seja o melhor resultado em 12 anos, a Confederação Nacional do Comércio aponta que a situação econômica, com juros altos e inflação alta, limita o consumo. Os setores de vestuário e eletroeletrônicos estão à frente nas vendas, mas a inadimplência e o custo do crédito representam desafios. Veja como esses fatores afetam as compras e as perspectivas para o futuro das vendas nessa data especial!
Pai e filho escolhem brinquedos no varejo durante as vendas do Dia das Crianças 2025
A CNC também destacou a pressão de preços nos itens típicos da data. (Imagem: Canva)

As vendas do Dia das Crianças de 2025 devem alcançar R$ 9,96 bilhões até o próximo dia 12, o que representa alta de 1,1% em relação a 2024. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Mesmo com o avanço, a CNC observa que as vendas do Dia das Crianças poderiam ser mais expressivas se o cenário econômico fosse diferente. A taxa Selic permanece em 15% ao ano e a inflação acumulada até agosto chegou a 5,13%, acima do teto da meta de 4,5%. Esse quadro restringe o consumo, apesar de o mercado de trabalho seguir aquecido.

Setores que lideram as vendas do Dia das Crianças

O levantamento da CNC detalha quanto cada segmento deve faturar nas vendas do Dia das Crianças em 2025:

  • Vestuário, calçados e acessórios: R$ 2,71 bilhões (27% do total)
  • Eletroeletrônicos e brinquedos: R$ 2,66 bilhões
  • Farmácias e cosméticos: R$ 2,15 bilhões
  • Móveis e eletrodomésticos: R$ 1,29 bilhão
  • Hipermercados e supermercados: R$ 690 milhões

Esses números reforçam que as vendas ocupam a terceira posição entre as datas mais relevantes do varejo, atrás apenas do Natal e do Dia das Mães.

Crédito caro limita as vendas do Dia das Crianças

Conforme publicado pela Agência Brasil, o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, explicou que “a inflação ainda não está onde a gente quer, e os juros […] estão em um patamar muito elevado”. Para ele, o crédito mais caro força escolhas difíceis: “Vai parcelar o brinquedo, vai pagar o cartão de crédito? Se os juros estiverem lá em cima, o sujeito tem que colocar o pé no freio”.

Além do juro médio ao consumidor de 57,65% ao ano em julho, o rotativo do cartão alcançou 451,5% ao ano em agosto, travando o consumo parcelado. O crédito livre também encareceu e o endividamento das famílias se aproxima de 50% da renda anual, cenário que reduz o poder de compra em uma data voltada ao gasto com presentes.


O impacto não ficou restrito às famílias. As empresas também enfrentaram encarecimento nas linhas de financiamento, com o capital de giro custando 38% ao ano, o que pressiona custos e margens. Em paralelo, a inadimplência atingiu 30,4% das famílias, mais alto nível da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), iniciada em 2010.

Inflação pressiona itens ligados às vendas do Dia das Crianças

A CNC apontou que a inflação média dos produtos típicos da data foi de 8,5% em relação a 2024, com destaque para:

  • Chocolates: +24,7%
  • Doces: +13,9%
  • Lanches: +10,9%
  • Cinema e teatro: +10,3%
  • Brinquedos: +4,1%
  • Roupas infantis: +3,3%

Enquanto alimentos e lazer pressionaram o orçamento das famílias, brinquedos e roupas infantis tiveram reajustes abaixo do índice oficial, ajudando a sustentar o apelo das vendas do Dia das Crianças em 2025.

Bentes lembra que o chocolate é um exemplo de como fatores externos pesam no bolso do consumidor: “O chocolate tem na produção uma commodity, o cacau. Sempre que temos algum choque no preço, há repercussão no mercado interno”.


Cenário futuro das vendas

As vendas do Dia das Crianças confirmam a força das datas comemorativas para o varejo, mas também expõem os limites impostos por juros altos, crédito caro e inadimplência em níveis recordes. Enquanto a Selic permanecer elevada e o financiamento das famílias estiver comprometido, o ritmo de expansão tende a ser contido. Para especialistas, só uma queda consistente nos juros poderá transformar o bom resultado de 2025 em um ciclo duradouro de crescimento do consumo no Brasil.

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