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Banco Safra negocia venda da Alfa Seguros após queda de rentabilidade e risco elevado

O Banco Safra busca compradores para a Alfa Seguros, avaliada em R$ 300 milhões, após enfrentar quedas de rentabilidade e aumento de risco. Desde que foi adquirida por mais de R$ 1 bilhão, a seguradora perdeu prioridade no banco. Com margens inferiores a 5% e uma política agressiva de preços, a venda mostra as dificuldades das instituições financeiras em integrar unidades de seguros. O que isso significa para o futuro do Safra e do mercado de seguros? Descubra mais sobre essa reestruturação.
Venda da Alfa Seguros, Banco Safra e mercado de seguros no Brasil
O Banco Safra busca venda da Alfa Seguros após baixa rentabilidade e risco elevado da carteira. (Imagem: Divulgação)

O Banco Safra tenta avançar na venda da Alfa Seguros, operação avaliada em cerca de R$ 300 milhões e que enfrenta resistência de potenciais compradores. A decisão ocorre quase três anos após a compra do conglomerado financeiro Alfa, adquirida por pouco mais de R$ 1 bilhão da família do falecido banqueiro Aloysio de Andrade Faria. Desde então, o negócio passou a operar sob a marca “Alfa Seguros – uma empresa Safra”, mas perdeu espaço nas prioridades do banco comandado pelo banqueiro David Safra.

Os números mais recentes do balanço revelam o baixo peso da área de seguros dentro do banco Safra e ajudam a explicar a pressão pela venda da Alfa Seguros:

  • Resultado operacional: R$ 20 milhões no primeiro semestre de 2025.
  • Resultado financeiro: R$ 5 milhões no mesmo período.
  • Ativos em seguros gerais: R$ 1,2 bilhão — apenas 5% do total do negócio.
  • Ativos em vida e previdência: R$ 30,5 bilhões, concentrando quase toda a operação.
  • Margem operacional: abaixo de 5%, segundo fontes do mercado.

Com esse desempenho, o segmento perde atratividade, reduz o interesse de investidores e dificulta o avanço da venda da seguradora.

Venda da Alfa Seguros e estratégia do Safra

A estratégia inicial do Safra era investir em tecnologia, portfólio e precificação inteligente, oferecendo suporte a corretores e ampliando competitividade com grandes seguradoras. Contudo, a Alfa Seguros adotou uma política agressiva de preços, especialmente em seguros de automóveis, o que aumentou o risco da carteira e pressionou os resultados. Esse cenário enfraqueceu a rentabilidade e tornou a venda da Alfa Seguros mais complexa.

Para o mercado, a venda da Alfa Seguros reflete dificuldades mais amplas enfrentadas por bancos que tentam integrar unidades de seguros ao core financeiro. Um executivo ouvido pelo NeoFeed afirmou que a operação não é atraente e que “seria preciso limpar o portfólio para melhorar o resultado”.

Outro analista do setor acrescentou que, embora a busca por participação seja comum, “leva tempo para recuperar margens tão comprimidas”.

O NeoFeed também apurou que o Safra busca um múltiplo de 15 vezes o resultado operacional do segmento, conduzindo internamente o processo de venda da Alfa Seguros. Fontes do setor consideram, porém, que esse valor está acima da realidade de mercado, dadas as margens estreitas e o risco elevado da carteira automotiva. A avaliação é que o preço pedido não condiz com o desempenho recente da seguradora. Segundo o portal, o Banco Safra não respondeu aos questionamentos até a publicação da matéria.

Estratégia e percepção de mercado com a Alfa Seguros

Historicamente, a Alfa Seguros manteve perfil de atuação em nichos, coerente com a tradição do antigo Banco Alfa e do próprio Safra. A tentativa de expansão em escala, ao contrário, descaracterizou o modelo original, elevando custos de sinistro e exposição financeira. A decisão de vender a unidade ocorre num momento de consolidação do mercado de seguros, em que a venda da Alfa Seguros pode redefinir a disputa entre Porto, Bradesco e Caixa.

Reposicionamento e próximos passos

O desfecho da venda da Alfa Seguros deve sinalizar o reposicionamento do Banco Safra no setor. O banco passa a priorizar operações financeiras mais rentáveis e parcerias com seguradoras especializadas. O episódio reforça a dificuldade de bancos médios em competir em escala sem forte estrutura tecnológica e base de capital dedicada.

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