O comportamento do dólar e da bolsa hoje foi influenciado diretamente pela conversa entre Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano Donald Trump. O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (06/09) vendido a R$ 5,311, com queda de 0,47%. A cotação abriu em R$ 5,35, mas recuou ainda na primeira hora de negociações, impulsionada pelo tom positivo do diálogo.
De acordo com dados do Banco Central, a moeda americana acumula queda de 14,08% em 2025. Esse resultado reflete o aumento do fluxo de capital estrangeiro e o apetite global por ativos de países emergentes. O euro comercial também recuou, sendo vendido a R$ 6,21 (-0,75%), no menor patamar desde abril, quando Trump iniciou retaliações comerciais a países com superávit nas exportações aos Estados Unidos.
No início da manhã, o Boletim Focus do Banco Central apontou que a projeção para o PIB do Brasil em 2025 é de crescimento de 2,16%.
Realização de lucros pressiona o Ibovespa
Apesar da melhora no câmbio, dólar e a bolsa hoje caminharam em direções opostas. O índice Ibovespa encerrou o pregão da B3 aos 143.608 pontos, com recuo de 0,41%. O movimento foi resultado de realização de lucros após o indicador superar 146 mil pontos na semana anterior.
Além disso, investidores aproveitaram o bom desempenho recente da bolsa para vender ações e garantir ganhos acumulados. Especialistas explicam que o diálogo entre Lula e Trump reforçou a percepção de estabilidade, mas o ajuste técnico já era esperado. No cenário externo, a desvalorização do iene japonês favoreceu moedas emergentes, enquanto a alta do petróleo ajudou exportadores de commodities, como o Brasil — fator que sustentou o otimismo no mercado financeiro.
Confira no vídeo o que esperar da conversa entre Lula e Trump:
Perspectivas para dólar e bolsa após o diálogo diplomático
O dólar e a bolsa hoje também refletiram as expectativas sobre a aproximação entre Brasil e Estados Unidos. Durante a ligação, Trump afirmou que “em algum momento” visitará o Brasil e que Lula poderá ir a Washington.
O republicano descreveu o brasileiro como “bom homem” e disse que ambos “vão começar a fazer negócios”.
Embora ainda incerta, a possível presença de Trump na COP 30, em Belém, alimenta otimismo entre investidores e exportadores. Caso o diálogo avance, o Brasil poderá reabrir canais de negociação e reduzir o impacto das tarifas impostas por Washington. Para analistas, essa reaproximação tende a manter o real valorizado e o mercado financeiro brasileiro atento aos próximos desdobramentos políticos e econômicos.