A L’Oréal deve comprar unidade da Kering em um acordo estimado em € 4 bilhões (US$ 4,7 bilhões), conforme apuração da Bloomberg, impulsionando sua posição no setor de beleza de luxo. A L’Oréal deve anunciar a transação, ainda em negociação, na próxima semana, consolidando sua posição como principal grupo global no segmento.
A Kering é dona de marcas como Gucci, Balenciaga e Saint Laurent. O grupo estruturou sua divisão de beleza em 2023, após adquirir a fabricante de perfumes Creed por € 3,5 bilhões. Desde então, o braço de cosméticos tornou-se alvo de interesse de grandes grupos, em meio à queda de margens e à desaceleração da demanda chinesa.
Expansão do domínio da L’Oréal no setor de beleza de luxo
A operação é o primeiro movimento estratégico do novo CEO Luca de Meo, que assumiu o comando da Kering em setembro, sucedendo François-Henri Pinault. O executivo busca redirecionar o foco do grupo para as marcas de moda e fortalecer a rentabilidade após uma sequência de resultados abaixo do esperado no setor de beleza de luxo.
Segundo fontes próximas à negociação, “o anúncio pode ser feito já na próxima semana, embora as conversas ainda possam fracassar“. A Kering preferiu não comentar, enquanto a L’Oréal não respondeu de imediato aos pedidos de declaração.
Com a compra da unidade de beleza da Kering, a L’Oréal amplia sua liderança mundial no segmento premium. Assim, o grupo reforça sua estratégia de unir fragrâncias, maquiagem e skincare sob o selo de marcas do setor de beleza de luxo. Analistas destacam que o negócio deve acirrar a competição entre conglomerados franceses na disputa por influência global no mercado de beleza de alto padrão. A família Bettencourt, à qual pertence a mulher mais rica do mundo, controla a L’Oréal.
Segmento caminha para maior consolidação
A venda, se confirmada, marcará o início de uma nova fase de consolidação no setor de cosméticos de luxo, em que grandes grupos priorizam inovação, digitalização e sinergias entre moda e beleza.
Para a Kering, representa uma oportunidade de recuperar liquidez e foco estratégico, reforçando o papel de Luca de Meo na redefinição do portfólio e na recuperação da força financeira do grupo.