O PIB do Brasil em 2026 deve alcançar 2,2%, segundo projeção divulgada pelo Banco Mundial, nesta quarta-feira (22/10). A estimativa coloca o país acima da média das previsões internacionais e reforça uma leitura mais confiante sobre o potencial da economia brasileira nos próximos dois anos.
A instituição multilateral projeta PIB do Brasil em 2026, acima das estimativas do Fundo Monetário Internacional (1,9%), do Boletim Focus (1,8%) e da OCDE (1,7%). Essa diferença reflete maior confiança do Banco Mundial na recuperação doméstica, impulsionada pelo avanço do consumo interno, sustentado pela renda e pelo nível de emprego.
Consumo e emprego fortalecem PIB do Brasil em 2026
O cenário positivo se ancora em indicadores de mercado de trabalho estáveis, com taxa de desemprego próxima de 5,6%, e em medidas fiscais voltadas a elevar a renda disponível, como a mudança no imposto de renda para pessoa física. Esses fatores sustentam o poder de compra e devem manter a economia em expansão moderada.
Entretanto, o otimismo do Banco Mundial é classificado por economistas como “cauteloso”. Isso porque o avanço do consumo pode gerar pressões inflacionárias em um contexto de restrição fiscal. O desafio, afirmam analistas, será equilibrar estímulos à atividade com a necessidade de controle das contas públicas.
Estrutura de investimentos limita avanço do PIB
Apesar da melhora no consumo, o nível de formação bruta de capital fixo segue baixo, em torno de 17% do PIB, quando seriam necessários 25% para sustentar um crescimento de longo prazo de 4% ao ano. O fluxo de investimentos estrangeiros diretos, previsto em US$ 70 bilhões para 2025, é estável, mas insuficiente para alterar o potencial de expansão da economia.
Alguns estados, como Mato Grosso do Sul e Paraná, mantêm espaço fiscal para ampliar investimentos em infraestrutura, enquanto o governo federal enfrenta limites mais rígidos. Essa assimetria regional pode criar bolsões de crescimento, ainda que sem impacto nacional imediato.
Rumo incerto para o crescimento econômico brasileiro
A implementação da reforma tributária, cuja transição se estende até 2033, representa outro ponto de atenção. Embora possa melhorar o ambiente de negócios no longo prazo, gera incerteza regulatória no curto prazo, especialmente para empresas que planejam investimentos em 2026.
O PIB do Brasil em 2026 projetado pelo Banco Mundial reflete um otimismo acima da curva, sustentado por fundamentos internos de consumo e emprego, mas dependente da disciplina fiscal e da confiança empresarial. Sem avanço relevante nos investimentos e sem consolidação fiscal, o país tende a permanecer em um ritmo de expansão moderada, mais próximo de 2% do que de um ciclo de aceleração sustentada.









