O acordo da Oncoclínicas e Banco Master, confirmado na quarta-feira (22/10), garante o resgate de R$ 478 milhões investidos em CDBs da instituição financeira. O cronograma prevê 20 parcelas mensais, com valores entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões, até maio de 2027. A remuneração original será mantida durante todo o período, o que preserva o retorno financeiro da operação.
A Oncoclínicas decidiu renegociar os papéis após a crise de liquidez do Banco Master. A instituição passou a ter dificuldades de captação ao oferecer juros acima da média do mercado. Assim, para evitar perdas, a empresa estruturou um acordo que reduz riscos contábeis e assegura previsibilidade de caixa.
Acordo da Oncoclínicas e Banco Master busca conter efeitos da crise
O acordo da Oncoclínicas e Banco Master também tem o objetivo de conter os impactos da instabilidade bancária sobre o valor de mercado da companhia. As ações da Oncoclínicas (ONCO3) despencaram nos últimos meses, passando de R$ 13,00 no fim de 2023 para perto de R$ 2,00 em outubro de 2025. O resultado reflete a preocupação dos investidores com a exposição da empresa ao Master.
O Banco Master, por sua vez, tenta reforçar o capital desde o início do semestre. O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) liberou R$ 4 bilhões para sustentar as operações, mas o Banco Central vetou a entrada do Banco de Brasília (BRB) como novo sócio. Por isso mesmo com o apoio do FGC, o banco ainda enfrenta desafios para restaurar a confiança do mercado.
Estratégia de recomposição financeira e governança
Dentro do acordo da Oncoclínicas e Banco Master, a companhia poderá recomprar cotas dos fundos Tessália e Quíron, que possuem ações de sua emissão. A recompra ocorrerá quando os Fundos de Investimento em Participações (FIPs) forem liberados para negociação.
Essa iniciativa faz parte da estratégia de recomposição de valor e fortalecimento da governança corporativa, alinhando os interesses de acionistas e credores.
Leitura de mercado sobre o compromisso
Para analistas, o acordo da Oncoclínicas e Banco Master representa um alívio de curto prazo, mas seu sucesso depende da execução rigorosa das parcelas.
O episódio reabriu o debate sobre crédito privado, supervisão de bancos médios e transparência financeira. Além disso, se o cronograma avançar sem atrasos, acredita-se que o acordo da Oncoclínicas e Banco Master poderá se tornar exemplo de gestão de risco em tempos de incerteza.









