A Casas Bahia e Mercado Livre anunciaram na quinta-feira (23/10) uma nova parceria que fez as ações da varejista dispararem 18,01%, fechando o pregão cotadas a R$ 3,67. A expectativa é que a nova aliança bilionária permitirá à Casas Bahia vender seus produtos core, como eletrodomésticos, eletrônicos e móveis, diretamente na plataforma do Mercado Livre já a partir de novembro. O modelo será 1P, com operação própria.
Segundo comunicado oficial, o acordo entre Casas Bahia e Mercado Livre será de longo prazo. No entanto, os valores financeiros não foram divulgados.
Casas Bahia no Mercado Livre: efeitos estratégicos
A parceria surge em um momento oportuno: às vésperas da Black Friday. A Casas Bahia busca aproveitar o tráfego massivo do Mercado Livre para acelerar o giro de estoque e reforçar sua liderança em eletro e móveis. Além disso, o acordo mantém a autonomia da varejista sobre preços e sortimento. De acordo com análise da Genial Investimentos, isso reduz o risco de canibalização das vendas no e-commerce próprio.
“A troca é clara. O Mercado Livre aporta tráfego, conveniência e capilaridade. A Casas Bahia leva reputação, escala e catálogo”, afirma a Genial.
A corretora também destaca que a aliança pode fortalecer a percepção de valor e confiança junto ao consumidor final. Portanto, o impacto vai além da operação e se estende à experiência de compra.
Confira no vídeo mais informações sobre a parceria firmada para ampliar o alcance no e-commerce:
O que o Mercado Livre ganha na a parceria com a Casas Bahia?
O Mercado Livre, que tem realizado muitos investimentos no Brasil, também se beneficia da parceria ao monetizar as vendas realizadas pela Casas Bahia por meio de comissões, em uma plataforma que reúne mais de 100 milhões de clientes ativos. Além disso, em parte das operações, a companhia deve prestar serviços logísticos à varejista, reforçando seu ecossistema de fulfillment e ampliando as margens com soluções integradas.
Desafios financeiros negativos impulsionam parceria Casas Bahia e Mercado Livre
Apesar do otimismo em torno da parceria, a Casas Bahia lida com um cenário financeiro desafiador, o que torna a aliança ainda mais importante. Confira o desempenho financeiro nos últimos trimestres de 2025:
- 1T25: prejuízo de R$ 408 milhões, piora de 56,3% frente aos R$ 261 milhões negativos de 2024.
- 2T25: prejuízo de R$ 555 milhões, revertendo lucro de R$ 37 milhões no mesmo período do ano anterior.
Esses números evidenciam a busca por ganho de escala e novas fontes de receita diante de pressões operacionais e margens comprimidas.
A divulgação dos resultados da Casas Bahia no terceiro trimestre de 2025 está marcada para o dia 12 de novembro, após o fechamento do mercado.
Varejo digital adota novo padrão de integração
Esse tipo de cooperação entre grandes varejistas e marketplaces tem ganhado espaço no Brasil. Em 2024, o Magazine Luiza fechou parceria com a chinesa AliExpress em formato semelhante. No caso da nova integração, o objetivo é fortalecer a presença em eletrodomésticos e móveis. Essas são categorias em que a marca nacional tem amplo portfólio e capacidade de escala.
O CEO Renato Franklin afirma que a parceria representa mais do que um novo canal de vendas: “trata-se de uma evolução no modelo de negócio do Grupo Casas Bahia”. A proposta é integrar logística, crédito e serviços. Com isso, a empresa espera ampliar sua presença no comércio eletrônico brasileiro.
A estreia da parceria Casas Bahia e Mercado Livre ocorrerá já em novembro, com foco total na Black Friday. A data deve funcionar como um teste real para a integração logística, precificação e operação multicanal. Se a experiência for bem-sucedida, poderá moldar um novo padrão de competitividade entre grandes players do varejo digital no Brasil. Dessa forma, haverá impacto direto sobre tráfego, conversão e percepção de marca.









