Novas demissões na Amazon devem cortar até 30 mil empregos corporativos a partir de terça-feira (28/10), segundo fontes próximas à companhia ouvidas pela Reuters. O número representa cerca de 10% da força administrativa global, de 350 mil pessoas, e marca a maior rodada de cortes desde 2022, quando 27 mil vagas foram eliminadas.
A medida de redução de vagas de emprego faz parte do plano do CEO Andy Jassy de reduzir custos e acelerar a automação de tarefas com o apoio de inteligência artificial (IA). Apesar do impacto interno, o mercado reagiu de forma positiva. As ações da Amazon encerraram nesta segunda-feira (27/10) em alta de 1,3%, cotadas a US$ 227,11, refletindo a expectativa de maior eficiência operacional.
Redução de burocracia corporativa e reestruturação interna pautam demissões na Amazon
O plano de cortes abrange setores como Recursos Humanos, dispositivos, serviços e operações. Dessa forma, Jassy vem conduzindo uma revisão estrutural com foco na redução de burocracia e na diminuição do número de gestores intermediários.
Segundo o CEO, “o aumento do uso de ferramentas de inteligência artificial provavelmente levará a mais cortes de empregos, particularmente por meio da automação de tarefas repetitivas”.
A diretriz de redução de vagas indica uma virada estrutural no modelo de gestão da Amazon. A nova estratégia é alinhar produtividade, tecnologia e controle de despesas com a nova rodada de demissões.
Pressão pelo desempenho da Amazon Web Services (AWS)
A possibilidade de novas demissões na Amazon ocorre em um momento de pressão competitiva sobre o Amazon Web Services (AWS).
A AWS é a principal fonte de lucro da companhia. No segundo trimestre, a unidade registrou US$ 30,9 bilhões em vendas, alta de 17,5%, abaixo das rivais Microsoft Azure (39%) e Google Cloud (32%). A previsão é que o AWS alcance US$ 32 bilhões no terceiro trimestre, avanço de 18%; porém, o valor ainda é inferior ao ritmo de 2024, de 19%.
Além disso, a Amazon também lida com os efeitos de uma falha de 15 horas na semana passada, que paralisou serviços como Snapchat e Venmo, evidenciando vulnerabilidades em sua infraestrutura digital.
Reorganização de talentos e novo posicionamento
O novo ciclo de redução de vagas emprego pode redefinir a cultura interna da Amazon, impulsionando a integração entre tecnologia e gestão. Embora as demissões de 30 mil colaboradores gerem incerteza entre a força de trabalho da companhia, especialistas apontam que a Amazon tenta preparar terreno para uma nova etapa de crescimento baseada em automação inteligente.
Se bem-sucedida, a Amazon poderá transformar o impacto das demissões em um reposicionamento competitivo frente à Microsoft e à Google. Assim, a empresa busca abrir espaço para um modelo corporativo mais ágil e eficiente.










