O lucro dos bancos brasileiros no 3T25 deve alcançar R$ 24,8 bilhões, segundo projeções das corretoras Ágora Investimentos, Genial, Safra e UBS BB. O montante representa queda de 14,45% ante o mesmo período de 2024, quando as quatro maiores instituições listadas na B3 lucraram R$ 29,06 bilhões.
A nova temporada de balanços começa nessa terça-feira (29/10), com a divulgação dos resultados de Santander e Bradesco, e se estende até 12/11, quando o Banco do Brasil divulga seus números.
Itaú concentra quase metade do lucro total dos bancos no 3T25
Entre as grandes instituições, o Itaú Unibanco deve manter ampla liderança. As estimativas para os resultados do banco no 3T25 apontam lucro líquido entre R$ 11,78 bilhões (Ágora) e R$ 11,93 bilhões (UBS BB), o que equivale a cerca de 90% do total combinado de seus concorrentes. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) pode chegar a 23,2%, sustentado por eficiência operacional e uso de tecnologia no atendimento.
Segundo o UBS BB, o banco também deve reforçar sua posição como maior pagador de dividendos, com rendimento estimado de até 10,7% nos próximos 12 meses. Dessa forma, os resultados do 3T25 devem dar continuidade à trajetória positiva do Itaú Unibanco como registrada no 2T25.
O Bradesco desponta como a surpresa positiva do trimestre. O Safra prevê lucro de R$ 6,30 bilhões para o banco no 3T25 e rentabilidade próxima de 15%, nível equivalente ao custo de capital. A casa destaca o avanço de 5% na margem financeira e a recuperação do segmento de seguros. A Genial, por sua vez, ressalta que o desempenho indica um degrau de retomada após um longo ciclo de ajustes iniciado em 2024.
Para o Santander Brasil, a expectativa é de estabilidade. O Safra projeta lucro de R$ 3 bilhões no 3T25, enquanto o UBS BB estima R$ 3,77 bilhões, alta anual de 3% para o banco. Apesar do avanço pontual, os analistas observam pressão nas margens e inadimplência elevada.
Em contrapartida, o Banco do Brasil enfrenta o pior cenário entre os pares. O Safra calcula lucro de R$ 3,48 bilhões para o banco, retração de 63% no 3T25 frente ao mesmo período no ano anterior, e ROE em torno de 7%, abaixo do custo de capital. A Genial afirma que o impacto da inadimplência rural seguirá pesando sobre os resultados até 2026.
Desempenho desigual marca novo ciclo bancário
O desempenho irregular entre os grandes bancos indica um realinhamento de forças no setor. Enquanto Itaú e Bradesco mantêm trajetória ascendente, o Banco do Brasil encara o trimestre mais difícil do ano. Portanto, a leitura dos balanços deve definir o tom do crédito e dos dividendos até o fim de 2025, com o Itaú consolidando sua posição como referência de rentabilidade no sistema financeiro brasileiro.









