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Xi Jinping defende governança global da inteligência artificial em desafio aos EUA

Durante a cúpula da APEC, Xi Jinping ressaltou a importância da inteligência artificial como um elemento central na disputa geopolítica com os EUA, propondo a formação de uma Organização Mundial de Cooperação em IA. Com o objetivo de transformar a tecnologia em um “bem público internacional”, Xi busca estabelecer normas globais que favoreçam o desenvolvimento tecnológico para o benefício coletivo. Essa iniciativa não apenas questiona a resistência americana à regulação multilateral, mas também posiciona a China como protagonista na definição das diretrizes globais da IA, ampliando seu soft power e reconfigurando a competição tecnológica mundial.
Xi Jinping discursa sobre inteligência artificial durante cúpula da APEC
Durante a cúpula da APEC, Xi Jinping propôs a criação de uma Organização Mundial de Cooperação em Inteligência Artificial, sediada em Xangai, para definir regras globais do setor. Fonte: Heute

Durante a cúpula da APEC, realizada em Gyeongju no domingo (02/11), o presidente chinês Xi Jinping colocou a inteligência artificial no centro da disputa geopolítica com os Estados Unidos. Em um discurso que marcou a retomada da influência diplomática de Pequim, Xi propôs a criação de uma Organização Mundial de Cooperação em Inteligência Artificial, um órgão internacional voltado a definir regras e padrões globais para o uso da tecnologia.

A iniciativa, segundo o líder chinês, busca transformar a IA em um “bem público internacional” e promover o desenvolvimento tecnológico “para o benefício das pessoas em todos os países e regiões”.

O projeto, que teria sede em Xangai, foi apresentado como um contraponto direto à resistência de Washington em aceitar qualquer forma de regulação multilateral da inteligência artificial. “A IA é de grande importância para o desenvolvimento futuro e deve ser feita para o bem comum da humanidade”, declarou Xi, em fala reproduzida pela agência estatal Xinhua.

Leia também: Índia propõe regulação de IA com rótulo obrigatório em conteúdo gerado por inteligência artificial

Discurso de Xi Jingping sobre inteligência artificial aquece disputa com os EUA

A proposta de Xi Jiping para a inteligência artificial chega em um momento de crescente rivalidade tecnológica entre China e Estados Unidos, especialmente no campo dos semicondutores e da IA generativa. Enquanto empresas americanas como a Nvidia dominam o fornecimento global de chips avançados, a chinesa DeepSeek desenvolve modelos de aprendizado de máquina de baixo custo, alinhados à política de “soberania algorítmica” promovida por Pequim.

Para analistas, a iniciativa é parte de um esforço maior da China para assumir a liderança na definição das normas globais da IA e consolidar sua imagem como potência tecnológica capaz de equilibrar inovação e governança. O movimento também amplia o alcance do soft power chinês, ao apresentar Pequim como defensora da cooperação e da segurança digital em oposição à abordagem mais liberal dos EUA.

Na cúpula, da qual Donald Trump se retirou antes do encerramento, Xi aproveitou o vazio político para posicionar a China como alternativa de estabilidade.

A disputa entre Trump e Xi Jiping pela inteligência artificial reforça uma nova fronteira de poder, em que algoritmos e dados substituem armas e petróleo como instrumentos de influência global.

Uma nova corrida pelo domínio digital

A proposta de Xi Jinping sobre inteligência artificial na APEC redefine a competição tecnológica global. Caso obtenha adesão de países da Ásia e da América Latina, a Organização Mundial de Cooperação em IA pode se tornar o primeiro fórum internacional com regras próprias para o setor — consolidando a China no papel de principal arquiteta da nova ordem digital.

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