A cotação do Bitcoin voltou à marca dos US$ 100 mil nesta quinta-feira (06/11), após uma sequência de quedas que acumula recuo de 17% no mês. Esse desempenho coloca a principal criptomoeda do mundo em seu ponto mais frágil desde março e levanta dúvidas sobre a continuidade do ciclo de alta iniciado em 2023.
Nas últimas semanas, o mercado de criptomoedas perdeu cerca de US$ 300 bilhões em valor, refletindo a menor disposição global ao risco. Além disso, a instabilidade macroeconômica nos Estados Unidos, somada às incertezas fiscais e à expectativa sobre novas decisões do Federal Reserve, ampliou a volatilidade e levou investidores a buscar ativos de menor risco.
Cotação do Bitcoin mantém suporte e testa fôlego do mercado
No curto prazo, o preço do Bitcoin oscila em uma faixa considerada decisiva pelos analistas técnicos:
- Suporte: entre US$ 98 mil e US$ 100 mil;
- Resistência imediata: US$ 103 mil (fechamento semanal);
- Próxima barreira: US$ 95 mil, caso o suporte seja perdido.
Apesar do tom de cautela, dados de corretoras indicam que o número de investidores com posições líquidas positivas segue em alta. Esse comportamento mostra que parte do mercado vê o momento atual como oportunidade de entrada, sobretudo após o halving de 2024, que reduziu a oferta de novas moedas e reforçou a percepção de escassez digital.
Ethereum acompanha queda e projeções divergem
O Ethereum (ETH), segunda criptomoeda mais valiosa do mundo, segue a mesma direção, com a cotação a US$ 3.288. Após perder força no suporte de US$ 3,9 mil, o ativo tenta se sustentar entre US$ 3,3 mil e US$ 3,5 mil; abaixo disso, há risco de queda até US$ 2,8 mil, de acordo com Demaman.
Mesmo diante do recuo, alguns analistas avaliam que o cenário atual não configura um colapso estrutural, afirmando que a volatilidade é “uma variação temporária de preço”.
Liquidez global e perfil institucional moldam nova fase do Bitcoin
A atual cotação da criptomoeda também reflete uma mudança estrutural no mercado. Desde o lançamento dos ETFs à vista nos Estados Unidos, o perfil dos investidores passou a incluir instituições e fundos, o que tende a reduzir a volatilidade de curto prazo, mas alonga os ciclos de valorização.
Com 94% dos Bitcoins já minerados, a dinâmica de preço depende hoje de fatores que extrapolam o ambiente cripto. Entre os principais vetores que influenciam o valor do Bitcoin, destacam-se:
- Juros internacionais e expectativas de política monetária;
- Fluxos de liquidez global, especialmente dos EUA e da China;
- Participação institucional via ETFs e fundos de pensão;
- Demanda de varejo, ainda relevante, mas menos dominante.
Esse novo equilíbrio torna o mercado mais previsível no longo prazo, mas também mais sensível a indicadores macroeconômicos.
Perspectivas para o próximo trimestre da cotação da criptomoeda
Para o restante de 2025, a cotação do Bitcoin deve continuar oscilando dentro de margens estreitas até que haja sinais mais claros sobre a trajetória dos juros americanos. Caso o ambiente de liquidez volte a se expandir, o ativo pode consolidar suporte firme acima de US$ 100 mil. E me consequência, deve retomar gradualmente o ciclo de valorização.
Entre os cenários projetados para o curto prazo:
- Cenário positivo: manutenção do suporte atual e retomada para a faixa de US$ 110 mil;
- Cenário neutro: estabilidade entre US$ 98 mil e US$ 104 mil;
- Cenário negativo: perda do suporte e recuo até US$ 95 mil, com chance de reversão mais longa.
Portanto, o mercado parece entrar em uma etapa de maturação: menos euforia, mais seletividade e uma percepção crescente de que o Bitcoin passou a se comportar como um ativo financeiro global, sujeito às mesmas forças que regem os mercados tradicionais.










