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Saques da poupança em outubro com R$ 361,6 bi e tendência de perdas

Os saques da poupança em outubro superaram os depósitos em R$ 9,7 bilhões, marcando o quarto mês seguido de saldo negativo. Com Selic em 15%, a caderneta perde atratividade e reforça a tendência de esvaziamento apontada pelo Banco Central.
Saques da poupança em outubro no Brasil
Saques da poupança em outubro: quarto mês consecutivo de saldo negativo e saldo total acima de R$ 1 trilhão, segundo dados do Banco Central. (Imagem: Canva)

Os saques da poupança em outubro superaram os depósitos em R$ 9,7 bilhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira (07/11). Foi o quarto mês consecutivo de saldo negativo, refletindo o enfraquecimento da aplicação tradicional em meio à concorrência de investimentos mais rentáveis.

No período, as entradas somaram R$ 351,9 bilhões, enquanto as saídas alcançaram R$ 361,6 bilhões. Assim, mesmo com R$ 6,4 bilhões em rendimentos creditados, o saldo total da caderneta ficou pouco acima de R$ 1 trilhão. O resultado reforça uma sequência de perdas observada desde o início de 2025. O volume líquido de retiradas da poupança já ultrapassa R$ 88 bilhões. O dado consolida um cenário de esvaziamento da poupança que preocupa analistas do setor financeiro.

Selic alta e retorno baixo influenciam saques da poupança em outubro

O desempenho negativo dos saques da poupança em outubro está diretamente ligado à Taxa Selic, mantida em 15% ao ano desde julho. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de interromper o ciclo de alta após sete aumentos consecutivos manteve o custo do crédito elevado e reduziu o apelo da poupança frente a produtos de renda fixa.

Com a inflação acumulada em 5,17% nos 12 meses até setembro — acima da meta de 3% —, a rentabilidade da poupança, limitada a 0,5% ao mês mais TR, segue abaixo de alternativas como CDBs, Tesouro Selic e fundos DI. Esse diferencial explica parte da migração de recursos e o aumento das saídas da poupança em busca de ganhos mais expressivos e proteção contra a inflação.

Padrão de perdas contínuas

O histórico revela que o enfraquecimento com a retirada da poupança não é um fenômeno isolado. Nos últimos anos, os resultados negativos vêm se repetindo, indicando uma mudança no perfil do investidor brasileiro, que agora busca maior rentabilidade e liquidez em outras aplicações.

Dados principais:

  • 2023: retiradas líquidas de R$ 87,8 bilhões
  • 2024: retiradas líquidas de R$ 15,5 bilhões
  • 2025: tendência de novo saldo negativo, com investidores migrando para renda fixa e produtos mais rentáveis

Embora o volume total aplicado ainda ultrapasse R$ 1 trilhão, a perda de atratividade da poupança vem sendo acompanhada pelo avanço das plataformas digitais e pela educação financeira crescente entre os consumidores. Esse cenário reforça o padrão de saques da poupança em outubro e nos meses anteriores, que refletem o comportamento de investidores atentos à Selic e à inflação.

Tendência prolongada de esvaziamento com saques da poupança

A continuidade desse quadro pode reduzir a base de recursos destinados ao crédito imobiliário. O setor é financiado majoritariamente com o dinheiro da poupança. O cenário pode consolidar 2025 como o terceiro ano consecutivo de esvaziamento da poupança, conforme aponta o Banco Centra em seu relatório mensal sobre captações e saques.

A tendência de saques da poupança em outubro deve se prolongar nos próximos meses, segundo economistas ouvidos pelo mercado. Enquanto os juros permanecerem elevados e a inflação resistir acima da meta, é improvável que o retorno real da caderneta se torne competitivo.

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