O novo Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) alfanumérico entra em vigor em 1º de julho de 2026 (01/07/26), marcando a maior atualização do sistema de registro empresarial desde a criação do cadastro, em 1998. A Receita Federal aposta que o formato alfanumérico, que combina letras e números em 14 caracteres, reduzirá a burocracia, ampliará o controle fiscal e trará mais segurança ao ambiente de negócios. A medida surge no contexto da reforma tributária e visa unificar cadastros estaduais e municipais sob um identificador único nacional.
Com o novo formato, a Receita Federal estima ampliar de forma exponencial a capacidade de emissão, passando de 65 milhões de CNPJs já emitidos para mais de 3 trilhões de combinações possíveis. O objetivo é evitar o esgotamento do modelo numérico, que já atingiu seu limite em segmentos como bancos e igrejas, e garantir mais longevidade ao cadastro.
O que muda com o novo CNPJ
- A estrutura manterá 14 dígitos, mas com letras e números misturados.
- Apenas novas inscrições e filiais usarão o formato alfanumérico.
- Empresas atuais não precisarão trocar o número do CNPJ.
- Sistemas empresariais e governamentais terão de ser atualizados para reconhecer letras.
- Nenhuma taxa será cobrada para adequação.
- A chave Pix vinculada ao CNPJ continuará válida.
Novo CNPJ trará mais modernização e melhor integração entre sistemas
A adoção do novo CNPJ alfanumérico representa também um avanço na integração entre sistemas federais, estaduais e municipais, eliminando cadastros redundantes e simplificando o relacionamento das empresas com o poder público. Segundo o subsecretário de Arrecadação, Cadastros e Atendimento da Receita, Gustavo Andrade Manrique, a iniciativa “reduz a burocracia e amplia a eficiência da política pública”.
O órgão garante que a atualização será simples e de baixo custo, sem necessidade de recadastramento. Os sistemas das empresas deverão apenas reconhecer o novo padrão alfanumérico, preservando o formato de 14 posições.
Segurança e combate à fraude com o novo CNPJ
O coordenador-geral de Cadastros, Rériton Weldert Gomes, explica que o novo CNPJ amplia o combate a irregularidades. “Com integração e geração de um número alfanumérico com maior segurança, melhora muito essa questão de combate à fraude”, afirmou.
Hoje, a Receita consegue rastrear apenas empresas dentro do sistema federal. Com o novo formato, também será possível identificar negócios com atuação restrita a esferas estaduais ou municipais, aumentando a transparência e o controle sobre o ambiente empresarial.
Como o novo formato funcionará
O novo CNPJ alfanumérico seguirá o método matemático Módulo 11 para o cálculo do dígito verificador. Portanto, incorporará letras com base na tabela ASCII, que define códigos numéricos para cada caractere, por exemplo, “A=10”, “B=11”, “C=12”. Em resumo, as letras serão atribuídas aleatoriamente, sem ligação com a localidade ou tipo de empresa.
Empresas que não atualizarem seus sistemas podem enfrentar dificuldades em cadastros de fornecedores ou na emissão de documentos fiscais. Além disso, a Receita orienta que as adequações sejam feitas antes da data de implementação. Enquanto a chave Pix vinculada ao CNPJ, esta permanecerá a mesma.
Adesão internacional e digitalização
O projeto aproxima o Brasil de modelos internacionais de identificação empresarial digital, já adotados em países da OCDE. Nesse sentido, a proposta integra o movimento de digitalização do Estado e reforça o programa Gov.br, que busca interoperabilidade e simplificação de dados.
“O CNPJ está vindo nessa modernização, porque já está estrangulado com 65 milhões; a gente está aumentando a vida útil dele”, destacou Manrique. O novo formato, segundo a Receita, aumenta em mais de trinta vezes a capacidade de atendimento do sistema e reforça o ambiente de negócios digital no país.
Um marco na transformação do cadastro empresarial
A implantação do novo CNPJ alfanumérico é vista como um divisor de águas na administração pública brasileira. Portanto, ao unir simplificação tributária, combate à fraude e interoperabilidade, o sistema reforça a transição para um modelo mais integrado e transparente.
Além disso, Receita espera que a medida estimule a formalização de empresas e impulsione a eficiência fiscal em todo o país. Algo que, quando aplicado, deve ampliar a confiança no ambiente regulatório.










