O agro sustentável no Brasil consolida-se como uma das principais apostas de investidores globais. Durante o Climate Implementation Summit (CIS), realizado em São Paulo, foram anunciados US$ 10,4 bilhões em novos aportes destinados a práticas agrícolas de baixo carbono. Os investimentos devem ser aplicados até 2027, estimulando soluções baseadas na natureza e a modernização de sistemas produtivos.
Os aportes reforçam o papel do país como protagonista global em práticas agropecuárias de baixo carbono e em modelos de produção regenerativa, com foco em restauração de pastagens degradadas, bioeconomia florestal e manejo sustentável do solo.
Finanças climáticas impulsionam o agro sustentável no Brasil
De acordo com a Capital for Climate, os aportes em agro sustentável no Brasil dobraram as projeções iniciais. O estudo, feito em parceria com a Deloitte Brasil, apontou que 34 instituições financeiras — públicas e privadas — estão dispostas a financiar projetos de agricultura sustentável, voltados à regeneração de solos e à bioeconomia florestal.
Ao todo, 32 iniciativas mapeadas têm potencial para absorver US$ 6,1 bilhões até 2028, sinalizando o avanço das finanças verdes no país. “O dinheiro existe, mas é preciso alinhar risco, retorno e impacto positivo”, explica Anna Lucia Horta, diretora da Capital for Climate no Brasil. Segundo ela, as soluções baseadas na natureza são o caminho mais eficiente e acessível para reduzir emissões e ampliar resultados.
Além disso, o relatório indica que US$ 2,7 bilhões devem ser desembolsados até o fim de 2025. Portanto, o interesse em investimentos sustentáveis segue em crescimento contínuo e coloca o Brasil no centro das discussões globais sobre finanças climáticas.
Capital catalisador acelera o avanço do agro sustentável no Brasil
Outro destaque do evento foi o Catalytic Capital for the Agriculture Transition (CCAT), fundo administrado pela Vox Capital, com apoio da The Nature Conservancy (TNC). O programa é considerado um marco para o agro sustentável no Brasil, pois já captou US$ 50,5 milhões e pretende alcançar US$ 200 milhões em capital catalisador, liberando US$ 800 milhões adicionais até 2028.
De acordo com Daniel Brandão, diretor de soluções baseadas na natureza da Vox Capital, “para cada dólar investido em capital catalisador, esperamos liberar quatro dólares em financiamento comercial”. Além disso, o fundo prioriza projetos de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e sistemas agroflorestais (SAFs) com desmatamento zero, em linha com o regulamento europeu EUDR.
Essas práticas, que unem produtividade e conservação ambiental, reforçam o papel do agro sustentável no Brasil como referência internacional em finanças verdes e inovação climática.
Produtor rural é o centro dessa transição sustentável
O fortalecimento do agro sustentável no Brasil passa pela inclusão ativa do produtor rural. O programa Caminho Verde, do governo federal, pretende recuperar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas até 2035, conectando sustentabilidade e produtividade.
“Queremos que o produtor seja parceiro, não coadjuvante. Ele é o beneficiário direto das novas políticas de crédito e assistência técnica”, afirmou Daniel Brandão para a Forbes. Por isso, os fundos climáticos oferecem taxas de juros reduzidas, maior prazo de pagamento e apoio técnico especializado.
Com essas condições, o agricultor adota práticas mais limpas, melhora o manejo da terra e aumenta a renda. Assim, o agro sustentável no Brasil consolida-se como modelo de crescimento econômico com responsabilidade ambiental e social.
Além disso, instituições como o Instituto Clima e Sociedade (iCS defendem que o Brasil está diante de uma oportunidade única de consolidar um modelo agrícola de baixo carbono e alta eficiência.
Agro sustentável no Brasil ganha força global
O potencial de impacto dos investimentos é expressivo. A previsão é que os projetos apoiem a recuperação de 500 mil hectares, evitem 240 milhões de toneladas de CO₂ e beneficiem mais de mil produtores até 2030.
De acordo com relatórios da The Nature Conservancy (TNC), o avanço do agro sustentável no Brasil evidencia que as finanças climáticas são uma realidade. Portanto, a expectativa é que o país se torne referência mundial em economia verde, atraindo ainda mais capital estrangeiro.










