A queda do lucro da MBRF dominou o balanço do terceiro trimestre de 2025 (3T25). O grupo reportou lucro líquido de R$ 94 milhões, queda de 62% frente ao 3T24, mesmo com receita líquida de R$ 41,76 bilhões, alta de 9,2%. O resultado consolidado indica avanço operacional, mas com margens comprimidas.
Segundo a companhia, o desempenho reflete custos crescentes e o impacto da gripe aviária sobre a unidade da BRF, que teve exportações limitadas e margens reduzidas. Apesar disso, o grupo manteve o crescimento de receita nas divisões de carne bovina, equilibrando parcialmente a retração nas aves.
Em maio de 2025, a fusão entre Marfrig e BRF criou o conglomerado MBRF, com receita anual estimada em R$ 152 bilhões, consolidando-se como uma das maiores companhias de alimentos do mundo. O 3T25 da MBRF é o primeiro ciclo completo sob a nova estrutura corporativa, que busca sinergias operacionais e racionalização de custos.
Indicadores e gestão financeira da MBRF terceiro trimestre de 2025
Principais números do trimestre:
- Lucro líquido: R$ 94 milhões (-62% a/a)
- Receita líquida: R$ 41,76 bilhões (+9,2%)
- EBITDA ajustado: R$ 3,50 bilhões (-8,6%)
- Margem EBITDA: 8,4% (-1,6 p.p.)
- Lucro bruto: R$ 5,15 bilhões (-3%)
- CPV: R$ 36,61 bilhões (+11,2%)
- Resultado financeiro: -R$ 1,41 bilhão (melhora de 12,4%)
A redução do lucro da MBRF no terceiro trimestre está diretamente ligada à alta dos custos de insumos, especialmente grãos e energia, e ao aumento das despesas operacionais, que cresceram 4,3%, totalizando R$ 3,52 bilhões. Mesmo com um ambiente de pressão, a companhia registrou melhoria na eficiência financeira e controle do endividamento.
Desempenho das divisões e rentabilidade — queda do lucro da MBRF
O impacto da BRF no consolidado foi o principal fator de retração. O Ebitda ajustado da BRF caiu 14,9%, consequência direta dos bloqueios de exportação.
Em contrapartida:
- Beef América do Norte: receita de US$ 3,6 bilhões (+12%), sustentada por reajuste de preços e demanda firme.
- Beef América do Sul: receita de R$ 5,7 bilhões (+18,4%) e Ebitda de R$ 628 milhões (+31,8%), impulsionados por ganhos de produtividade e otimização industrial.
Esses resultados reforçam que o recuo do lucro da MBRF foi concentrado no segmento de aves, enquanto a divisão bovina compensou parte da queda de margens.
Margens e eficiência operacional — retração do lucro da MBRF no 3T25
A companhia fechou o trimestre com margem bruta de 12,3%, 1,5 ponto percentual abaixo de 2024, e Ebitda acumulado de R$ 9,62 bilhões nos nove meses (-2,1%). Apesar do recuo, o fluxo de caixa operacional permanece sólido.
O balanço mostra que a gestão financeira da MBRF no período priorizou controle de custos e liquidez. A melhora no resultado financeiro, ainda negativo, mas com pequena evolução, destaca disciplina na alocação de capital e redução de despesas financeiras.
“A fusão entre Marfrig e BRF iniciou uma nova etapa de escala global. Os desafios de integração são naturais, mas as sinergias operacionais começam a aparecer, especialmente nas exportações e na racionalização industrial“, destacou o economista Pedro Brandão sobre o resultado da MBRF no 3T25.
Perspectivas de recuperação — lucro da MBRF no terceiro trimestre
A trajetória do trimestre reforça que, apesar da retração momentânea, a empresa preserva bases sólidas de operação, geração de caixa e diversificação regional, elementos essenciais para a recuperação de rentabilidade nos próximos períodos.
A queda do lucro da MBRF no terceiro trimestre de 2025 destaca um ciclo de recomposição de margens típico da indústria de alimentos e proteínas. Com a normalização das exportações de frango e a manutenção da demanda global por carne bovina, o grupo pode retomar margens mais saudáveis em 2026.










