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Ações da Hapvida despencam 46,90% e acumulam queda de 91,72% em cinco anos

As ações da Hapvida caíram 46,90% em um único dia, resultando em uma desvalorização de 91,72% nos últimos cinco anos. O prejuízo líquido de R$ 57 milhões no terceiro trimestre de 2025, abaixo das previsões, evidenciou a fragilidade da empresa. Com a crescente concorrência e decisões estratégicas questionáveis, a confiança dos investidores está abalada. Analise como esses fatores afetaram o mercado e o futuro da Hapvida, além das opiniões dos especialistas sobre a crise.
queda das ações da Hapvida é refletida na sede da operadora após forte desvalorização na B3
Hapivida enfrenta maior crise após queda acumulada de 91,72% das ações em cinco anos. (Foto: Divulgação)

A queda das ações da Hapvida (HAPV3) ganhou outra dimensão após os pregões da última semana, nos dias 13/11 e 14/11. A reação dos investidores expôs um desgaste que se acumulava há cinco anos. Desde 2020, a Hapvida perdeu 91,72% de valor na Bolsa, um recuo raro entre empresas de capital intensivo e presença nacional. O tombo de 46,90% em um único dia não aconteceu de forma abrupta. Ele refletiu alertas sucessivos de bancos, gestores e analistas que monitoram desempenho financeiro, riscos da operação e deterioração das margens.

A Hapvida perdeu R$ 7 bilhões em valor de mercado somente na quinta-feira, um movimento que cristalizou a perda de confiança do mercado.

A divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2025 (3T25) ampliou a queda das ações da Hapvida. O prejuízo líquido de R$ 57 milhões, diante de uma expectativa de R$ 253 milhões de lucro, desmontou a narrativa de recuperação. O lucro ajustado de R$ 337,7 milhões não compensou a retração de 36% no Ebitda ajustado, enquanto o lucro por ação, em R$ 0,22, ficou cerca de 60% abaixo das estimativas da Bloomberg.

Segundo o J.P. Morgan, esses números revelam uma empresa pressionada por crescimento baixo, tíquete abaixo do previsto e sinistralidade elevada. A combinação afeta margem assistencial, compromete fluxo de caixa e fortalece a tese de deterioração operacional, um dos motores centrais da queda contínua da companhia na Bolsa.

Desvalorização e deterioração operacional

A leitura do BTG Pactual reforçou a visão de pressão prolongada. Para o banco, parte relevante dos desafios deve atravessar 2025, já que novas unidades hospitalares elevaram custos sem gerar retorno proporcional. O relatório cita dificuldades em ampliar a carteira com preços sustentáveis, alta rotatividade de clientes e despesas administrativas crescentes, fatores que reduzem previsibilidade e fragilizam a tese de investimento. Na avaliação dos analistas, a queda das ações da Hapvida espelha não apenas um resultado fraco, mas um conjunto de decisões estratégicas que hoje limitam a capacidade de reação da empresa.

Confira no vídeo a visão do mercado após a derrocada das ações da Hapvida:

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Gestora Squadra diz que dificilmente irá recuperar investimento na Hapvida

O ambiente ficou ainda mais sensível a partir de agosto. A gestora Squadra, detentora de 5,15% da companhia, afirmou em carta a investidores que cometeu “erros centrais” ao avaliar a tese e que dificilmente conseguirá recuperar integralmente o capital investido. A admissão funcionou como um ponto de inflexão na percepção de risco e levou gestores institucionais a revisarem seus modelos com maior rigor.

Impacto no mercado financeiro e pressão competitiva

Outros veículos especializados também ampliaram a leitura sobre a crise da Hapvida. O Bloomberg Línea classificou o trimestre como repleto de “surpresas negativas”, citando sinistralidade acima do esperado, expansão moderada da base de beneficiários e deterioração do caixa. A concorrência reforçada pela Amil em regiões estratégicas acrescentou mais pressão, criando um ambiente de disputa difícil para uma empresa que já enfrenta margens comprimidas. Outro caso é da LivSaúde, que vem conquistando clientes reforçando a importância da saúde corporativa.

Analistas também vêm apontando que parte das aquisições da companhia ocorreu sem coordenação adequada, criando estruturas pesadas, difíceis de integrar e que continuam pressionando custos operacionais. Esse conjunto de fragilidades ajuda a explicar o colapso recente e a profundidade da queda das ações da Hapvida.

Os efeitos imediatos da crise da Hapvida ficaram evidentes no comportamento das ações na B3, onde o volume financeiro e o número de negócios revelaram uma reação intensa dos investidores. O movimento refletiu tanto a capitulação de curto prazo quanto a tentativa da companhia de reforçar confiança por meio do aumento da participação acionária dos controladores.

Confira dados dos últimos fatos:

  • Volume negociado no dia da queda: R$ 1,36 bilhão
  • Média dos 30 dias anteriores: R$ 131,7 milhões
  • Número de negócios registrados: mais de 70 mil
  • Data da resposta dos controladores: 14/11
  • Participação da PPAR + família controladora antes: 37,1%
  • Participação após aumento: 41,4%
  • Variação das ações após o reforço: queda de -5,82%

Perspectiva ampliada sobre a queda das ações da Hapvida

O mercado observa que a Hapvida precisará recompor margens, reduzir sinistralidade, estabilizar o fluxo de caixa e apresentar um plano sólido para suas unidades hospitalares. Sem avanços concretos, a percepção de risco seguirá elevada, e a queda das ações da Hapvida continuará no radar dos investidores.

Indicadores oficiais podem ser acompanhados na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável pela regulação do setor. Embora exista previsão regulatória para intervenção, esse cenário é considerado improvável no momento.

Segundo analistas, a crise da Hapvida traduz o esgotamento de uma tese baseada em planejamentos que não se materializaram, margens pressionadas e escolhas estratégicas difíceis de integrar. É esse conjunto de fatores que explica a intensidade da queda observada desde 2020 e a cautela crescente do mercado.

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