A dívida da Cosan no terceiro trimestre de 2025 (3T25) foi atualizada após o balanço ser divulgado na noite da última sexta-feira (14/11), quando a holding reportou prejuízo líquido de R$ 1,18 bilhão. O resultado marca nova inflexão em um ano já pressionado pela menor contribuição da equivalência patrimonial e por despesas corporativas recorrentes. A companhia detalhou que a equivalência patrimonial negativa somou R$ 482 milhões no trimestre, reforçando o impacto sobre o balanço consolidado.
Apesar do ambiente desafiador, o passivo financeiro da Cosan cresceu 4% em relação ao trimestre anterior e totalizou R$ 18,2 bilhões. O custo médio permaneceu em CDI+0,89%, preservando previsibilidade sobre a estrutura de capital. Esse avanço reforça a pressão causada pela dívida da Cosan no trimestre, sobretudo porque o desempenho das controladas tem peso importante. A leitura interna indica necessidade de convergência operacional após três trimestres consecutivos de prejuízo, superiores a R$ 1,788 bilhão no 1T25 e R$ 946 milhões no 2T25.
Na última semana, foi anunciada a venda de R$ 750 milhões em ativos da Raízen, controlada por Cosan e Shell, como medida para reforçar o caixa da companhia.
Dívida da Cosan e ajustes na governança
A reorganização da alta administração ganhou força com a renúncia de Rodrigo Araujo Alves ao cargo de diretor vice-presidente financeiro e de relações com investidores, efetiva em 05/12. Rafael Bergman, vindo da Raízen, assumirá a função. No conselho de administração também houve alterações relevantes: saíram Pedro Mizutani, Luis Henrique Guimarães, Silvia Coutinho e Vasco Dias Jr., enquanto André Esteves, do BTG Pactual, assumiu a vice-presidência do colegiado. Para reforçar a governança, Renato Mazzola e Ralph Rosenberg foram eleitos membros, com vigência a partir de 19/11.
Impacto da dívida da Cosan nas subsidiárias e controles
Além das mudanças no nível da holding, ajustes foram comunicados nos conselhos de administração de Rumo, Compass e da co-controlada Raízen. Na Moove, houve nova composição com a renúncia de Rodrigo Araujo e o ingresso de Mazzola e Rosenberg. Na Raízen, a empresa informou que Lorival Luz, executivo com mais de três décadas de experiência em Citibank, CPFL Energia, Estácio Participações, Grupo Votorantim, BRF e Alloha Fibra, assumirá as funções de diretor financeiro e de relações com investidores, sucedendo Rafael Bergman.
O endividamento da Cosan ganhou novo capítulo em setembro, quando um aporte de R$ 10 bilhões foi subscrito por BTG Pactual, Perfin e Aguassanta. A capitalização cortou quase 60% da dívida líquida de R$ 17,5 bilhões registrada no 2T25 e teve como objetivo reduzir a alavancagem, então posicionada em 3,4 vezes o EBITDA. O impacto imediato fortaleceu a estrutura de capital, embora também tenha evidenciado desafios adicionais na Raízen. Esse contexto mantém a dívida da Cosan como variável determinante para a gestão financeira de 2025.
Desafios futuros e gestão do endividamento
As obrigações financeiras da Cosan permanecem elemento determinante para os próximos trimestres, já que pressões recorrentes sobre a equivalência patrimonial e o resultado financeiro ampliam a necessidade de coordenação entre holding e subsidiárias. Em um ambiente de maior rigor nos mercados de capitais, a companhia dependerá de governança sólida, liquidez reforçada e execução disciplinada para reduzir riscos associados ao ciclo de perdas.
A dívida da Cosan deve ser acompanhada pelos investidores, sobretudo com base nas informações oficiais registradas na CVM (Comissão de Valores Mobiliários)










