A fraude no Banco Master foi detalhada nesta terça-feira (18/11) pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que estimou em R$ 12 bilhões o valor investigado na operação que prendeu Daniel Vorcaro e Augusto Lima. A PF também apreendeu R$ 1,6 milhão em espécie durante as buscas, enquanto o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial da instituição, intensificando as repercussões no setor financeiro.
A investigação aponta que a estrutura do Master utilizava títulos artificiais para sustentar operações internas. Essa dinâmica teria distorcido indicadores e alimentado um esquema de crédito que permanece em apuração. Além disso, o diretor destacou ainda a atuação conjunta da PF com o Banco Central e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para rastrear fluxos suspeitos.
Fraude no Banco Master e seus efeitos sobre o sistema
A liquidação extrajudicial anunciada pelo BC ocorreu menos de um dia após a manifestação pública de interesse na compra do banco por um consórcio, o que ampliou a incerteza regulatória. Em paralelo, o presidente do BRB e um diretor da instituição foram afastados pela Justiça, demonstrando que a investigação alcança diferentes instâncias.
“Apreendemos na residência de um investigado R$ 1,6 milhão”, afirmou Rodrigues, reforçando a busca pela origem dos valores.
O mercado reagiu com preocupação ao volume das operações investigadas. Isso porque o uso de instrumentos falsos altera a leitura de risco e afeta credores expostos. Analistas avaliam que a liquidação deve reforçar discussões sobre governança e padrões de transparência, especialmente em carteiras de crédito estruturado. Além disso, Rodrigues também defendeu a estratégia de desmonte financeiro das redes ilícitas, ao afirmar que o enfrentamento demanda retirar recursos que sustentam atividades irregulares.
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Alcance regulatório do caso do Banco Master
A operação em torno da fraude no Banco Master criou um debate sobre supervisão bancária. Isso porque a instituição mantinha relevância no segmento de crédito privado. A integração entre PF, BC e Coaf indica que apurações semelhantes podem avançar sobre outras entidades que utilizam instrumentos parecidos.
Enquanto isso, a ausência do diretor de Inteligência da PF na CPI motivou reação de parlamentares, que querem entender como o caso se conectava a outros atores do sistema.
Nova etapa da apuração financeira
O escândalo, associado à fraude no Banco Master, investigada pela PF, tende a acelerar mudanças no monitoramento de títulos e na validação de balanços internos. As próximas semanas podem consolidar ajustes de supervisão e exigir novos critérios de due diligence, com foco na rastreabilidade de operações sensíveis.
Por fim, a capacidade do mercado de absorver esse choque mostrará se o sistema está preparado para reagir a fraudes extensas sem comprometer a estabilidade geral.











