O ICC do FGV IBRE registrou alta em novembro, segundo informações divulgadas pela organização nesta segunda-feira (24/11). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) alcançou 89,8 pontos, o maior patamar desde dezembro de 2024, e consolidou o terceiro mês consecutivo de avanço. O resultado mostra que a percepção das famílias evolui de forma gradual, mesmo em ambiente de juros elevados.
A leitura mais recente indica melhora tanto na situação atual quanto nas expectativas, aspecto destacado por analistas do instituto. Entre os componentes, o Índice de Situação Atual subiu para 84,8 pontos, enquanto o Índice de Expectativas atingiu 93,8 pontos.
A economista Anna Carolina Gouveia afirma que “a melhora da confiança reflete um mercado de trabalho forte e o alívio recente da inflação”, atribuindo a combinação desses fatores à sustentação do dado. Esse indicador consumidor também captou melhora expressiva na situação financeira atual das famílias, que avançou 3,3 pontos após duas quedas.
ICC do FGV IBRE e a percepção das famílias
A sondagem revela ainda que a percepção sobre a economia local atual chegou ao maior nível desde 2014, alcançando 95,8 pontos. Apesar disso, o indicador de economia futura recuou, sugerindo cautela em relação ao início de 2026. Conforme observou Gouveia, “a persistência dos juros altos pode frear essa dinâmica diante do endividamento das famílias”. O instituto também registrou avanço de 2 pontos nas compras previstas de bens duráveis, área sensível ao custo do crédito e às expectativas de renda.
O comportamento por faixa de renda reforça a amplitude do resultado. Famílias com renda até R$ 4.800 lideraram a melhora, registrando as maiores altas mensais. Esse termômetro econômico mostra que o impacto do alívio inflacionário foi mais perceptível para as faixas mais pressionadas, que reagiram com avanços superiores à média nacional. Já os grupos de maior renda apresentaram variações menores, mas mantiveram nível de confiança mais elevado.
Os sinais de avanço atual
Embora os dados apontem evolução consistente, a leitura das expectativas sugere um equilíbrio delicado. A queda no indicador de economia futura indica que os consumidores permanecem atentos ao cenário macroeconômico, especialmente às condições de crédito. Ainda assim, a progressão do ICC ocorre de forma disseminada, apoiada em fatores como emprego firme, inflação mais controlada e melhora na sensação de estabilidade das famílias.
Panorama do índice de confiança
A tendência captada pelo índice de confiança indica que o fim do ano pode manter ritmo moderado de recuperação, influenciado pela trajetória da inflação e pela demanda interna. Como as condições financeiras continuam desafiadoras, o comportamento dos juros deve orientar a continuidade desse ciclo. O resultado de novembro reforça que o ICC do FGV IBRE seguirá como referência-chave para medir a disposição das famílias em um ambiente econômico ainda em ajuste.











