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Pobreza no Brasil registra menor nível desde 1995, aponta estudo do Ipea

A pobreza no Brasil caiu ao menor nível desde 1995, segundo o Ipea, com avanço rápido após 2021 e impacto direto do mercado de trabalho na melhora social.
pobreza no Brasil em 2024
Indicadores de pobreza no Brasil atingem menor nível desde 1995, segundo o Ipea.

O estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que a pobreza no Brasil alcançou, em 2024, o menor patamar da série iniciada em 1995, segundo dados divulgados nesta terça-feira (25/11). A combinação entre renda em alta e melhora distributiva marcou o período pós-pandemia e redefiniu a trajetória social do país.

A recuperação recente se apoiou em três anos consecutivos de avanço da renda domiciliar per capita, que cresceu mais de 25% entre 2021 e 2024. Esse salto ocorreu após uma década marcada por recessão, lenta retomada e efeitos duradouros da pandemia. O Ipea observou que o novo ciclo elevou a renda média e derrubou desigualdade e pobreza de forma simultânea, algo pouco comum no histórico brasileiro.

Pobreza no Brasil e a trajetória dos indicadores

Os pesquisadores registraram queda consistente da desigualdade, medida pelo coeficiente de Gini, que encolheu quase 18% em 30 anos. A renda domiciliar per capita, por sua vez, avançou cerca de 70% no período completo da série. Essa evolução ajudou a reduzir a parcela de brasileiros em situação de extrema pobreza para 4,8% em 2024, enquanto a taxa de pobreza ficou em 26,8%. A melhora distributiva respondeu por mais de 60% da queda da extrema pobreza desde 2021, reforçando o papel da renda do trabalho.

O mercado de trabalho ganhou peso na reconfiguração social recente, e o Ipea atribui a ele quase metade da melhora observada entre 2021 e 2024. Esse fortalecimento ocorreu mesmo com a redução do impulso das políticas de transferência de renda, que tiveram alta eficácia após 2020, mas perderam intensidade em 2023 e 2024.

O papel das políticas públicas

Programas como Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada, Auxílio Emergencial e Auxílio Brasil ampliaram sua efetividade no auge da crise sanitária. A leitura do estudo destaca que esses mecanismos foram decisivos na queda da miséria, embora a sustentação dos ganhos passe crescentemente pelo padrão de emprego. Essa transição indica, segundo o Ipea, um cenário de dependência maior da atividade econômica nos próximos anos.

A nota técnica inclui avaliação cautelosa sobre limitações das pesquisas domiciliares. Os autores explicam que levantamentos podem subestimar rendimentos muito altos e parte das transferências sociais, o que exige análise cuidadosa dos resultados. Ainda assim, o conjunto dos dados apresenta convergência rara entre aumento de renda, redução da desigualdade e recuo acentuado da pobreza, aspecto que reforça debates sobre vulnerabilidade econômica.

Novas leituras sobre a vulnerabilidade econômica

Esse conjunto de indicadores revela tendência estrutural que pode redefinir percepções sobre a fragilidade social. A leitura do Ipea indica que o avanço recente, embora robusto, depende da continuidade das melhorias no mercado de trabalho. O estudo também destaca que a eficácia das políticas públicas seguirá decisiva para preservar esses resultados A evolução da pobreza no Brasil será acompanhada de perto porque a desaceleração das transferências tende a deslocar pressões para a economia real. A oscilação de renda e emprego também moldará os próximos relatórios.

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