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Inadimplência no sistema financeiro atinge 4% e registra maior alta anual desde 2022

A inadimplência no sistema financeiro subiu para 4% em outubro e alcançou a maior alta anual desde 2022. O avanço pressiona famílias, encarece o crédito e amplia o risco no sistema financeiro, segundo dados do Banco Central.
Mulher calculando contas em meio a papéis, representando a inadimplência no sistema financeiro.
Aperto no orçamento doméstico acompanha o avanço da inadimplência no sistema financeiro.

A inadimplência no Sistema Financeiro Nacional (SNF) subiu para 4% em outubro, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (26/11), e alcançou a maior alta acumulada em 12 meses desde 2022. O avanço de 0,1 ponto percentual no mês confirma a tendência de deterioração observada ao longo de 2025, período em que atrasos se intensificaram em ritmo superior ao registrado nos anos anteriores.

A trajetória ganha contornos distintos quando comparada ao ciclo recente. Em 2023, as variações anuais permaneceram moderadas, e 2024 foi marcado por recuos ou estabilidade. Neste ano, porém, o atraso no sistema financeiro acelerou de forma contínua, acompanhado por um cenário de juros elevados e maior seletividade das instituições financeiras. No crédito livre, o índice manteve 5,3%, enquanto famílias atingiram 6,7% e empresas chegaram a 3,3%. Esses dados mostram pressão crescente sobre consumidores com renda mais comprimida e dependência de linhas mais caras.

Inadimplência no sistema financeiro e mudança na dinâmica do crédito

O endividamento das famílias avançou para 49,1% em setembro, e o comprometimento de renda alcançou 28,8%, o maior patamar da série histórica. Ao mesmo tempo, o saldo total de crédito às pessoas físicas subiu 1,3% no mês e 11,3% em 12 meses, impulsionado por modalidades que incluem cartão de crédito, crédito pessoal não consignado, consignado privado e financiamento de veículos. A expansão ocorre mesmo diante de custos mais altos e reforça o peso das despesas financeiras no orçamento doméstico, elemento que ajuda a explicar o aumento do incumprimento no sistema financeiro.

Inadimplência no SFN e o comportamento das concessões

A carteira de crédito direcionado atingiu R$ 3 trilhões, com avanço de 1,1% no mês. Para famílias, o crescimento foi de 0,8%, e, para empresas, de 1,7%. A taxa média de juros das novas concessões chegou a 31,9% ao ano, enquanto o spread bancário atingiu 20,8 pontos percentuais. O ambiente mais caro explica a cautela observada nas concessões médias diárias, que caíram 5,4% em outubro.

As concessões totais alcançaram R$ 690,8 bilhões no mês, mas houve queda significativa entre empresas, sugerindo que a percepção de risco aumentou. Entre famílias, o volume apresentou expansão moderada, mesmo com pressões salariais e maior exposição ao crédito rotativo. Esse contexto ajuda a compreender o crescimento do calote no SFN, processo que tende a exigir ajustes adicionais na política de crédito.

Ritmo mais rígido do crédito e avanço do incumprimento

O avanço do incumprimento no sistema financeiro reforça atenção entre bancos e consultorias sobre o comportamento da carteira nos próximos meses. Economistas avaliam que juros altos, renda limitada e custos crescentes devem manter o foco sobre operações sensíveis como cartão, consignado privado e veículos. Dessa forma, a inadimplência no SFN se consolida como indicador determinante para análises de risco no início de 2026.

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