A estrutura dedicada aos minerais críticos no Brasil ganhou uma nova engrenagem em (25/11), com o lançamento da Associação de Minerais Críticos (AMC). A criação da associação é vista por executivos do setor como uma resposta direta à expansão acelerada desse mercado e à necessidade de interlocução técnica mais coordenada.
A AMC nasce em um contexto marcado pela crescente demanda de países por fornecedores confiáveis de lítio, níquel, grafite, terras raras e cobre. Embora o Brasil tenha reservas estratégicas, o setor ainda convive com gargalos, entre eles: licenciamento lento, infraestrutura deficitária e falta de previsibilidade regulatória.
“A Associação de Minerais Críticos foi criada para integrar as empresas que atuam nesses insumos essenciais e consolidar o Brasil como referência global, com ambiente regulatório estável e práticas responsáveis”, afirma Marisa Cesar, presidente do conselho da AMC.
Minerais críticos no Brasil e a formação da nova rede empresarial
Um dos focos da AMC é ampliar o diálogo entre empresas juniores e grandes grupos, fortalecendo o midstream, etapa responsável pelo processamento e pela agregação de valor. Esse segmento é apontado como decisivo para que o país não permaneça restrito à exportação de matéria-prima.
O desenho institucional da AMC prevê ainda a atuação conjunta com órgãos públicos como o Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM) e o Grupo de Trabalho de Minerais Críticos.
Entre as empresas do setor de minerais críticos no Brasil que integram o grupo fundador da AMC, estão:
- AClara
- Atlantic Nickel
- Centaurus
- Graphcoa
- Graph+
- Meteoric
- PLS
- Viridis
- Lithium Ionic
Esse conjunto reúne desde produtores de níquel sulfetado e grafite até desenvolvedores de projetos de terras raras, material que tem na China seu principal exportador global. Com isso, cria-se um bloco inédito de representatividade específica no setor mineral brasileiro.
Saiba mais sobre a importância dos minerais críticos do Brasil:
Adesão da Appian Capital reforça segmento de minerais críticos no Brasil
A entrada da Appian Capital Brazil, fundo de investimento privado de origem britânica, especializado no setor de mineração, ampliou o alcance da associação. Além disso, trouxe para dentro dela dois industriais relevantes na economia de baixa emissão: Atlantic Nickel e Graphcoa.
Segundo Ricardo Alves, executivo da Graphcoa, “a filiação reforça o compromisso com padrões elevados de governança e responsabilidade socioambiental, além de estimular inovação e práticas alinhadas ao que o mercado global exige”.
Para empresas que integram a AMC, a nova entidade abre portas para mecanismos de financiamento específicos, maior interlocução com políticas públicas e difusão de padrões ESG mais rigorosos. Portanto, uma combinação que favorece tanto infraestrutura quanto competitividade no segmento de minerais críticos no Brasil.
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Expansão regulatória e fortalecimento do setor mineral
A criação da AMC surge como vetor de consolidação institucional para os minerais críticos no Brasil na economia de energia limpa. Como o debate regulatório tende a ganhar amplitude nos próximos anos, a entidade poderá influenciar ajustes em licenciamento, incentivos fiscais e instrumentos financeiros, temas já em discussão entre governo e mercado.
A tendência internacional aponta para cadeias produtivas mais integradas e transparentes, e essa coordenação pode ajudar o Brasil a ocupar espaço mais relevante na rota global da eletrificação. No curto prazo, a organização tende a elevar o nível técnico das discussões. Já no médio prazo, pode catalisar investimentos que expandam a presença brasileira na indústria de minerais estratégicos.











