A viagem do ministro Dias Toffoli para assistir à final da Libertadores ocorreu no mesmo jatinho em que estava o advogado de um investigado do caso Banco Master no STF (Supremo Tribunal Federal). A ida aconteceu em 29 de novembro, um dia após o ministro ser sorteado para conduzir o processo envolvendo o banco liquidado pelo Banco Central.
Segundo publicado pela coluna de Lauro Jardim, do O Globo, e confirmada pelo Economic News Brasil, Toffoli embarcou no jato do empresário Luiz Oswaldo Pastore rumo a Lima. Naquele dia, Flamengo e Palmeiras disputariam a final. No voo também estava o advogado Augusto Arruda Botelho, que defende o diretor de compliance da instituição, Luiz Antonio Bull, envolvido na investigação do Banco Master.
Quem é Luiz Oswaldo Pastore?
Luiz Oswaldo Pastore é empresário do setor de importação e industrial. Ele foi primeiro-suplente do senador Gerson Camata, pelo Espírito Santo, entre 1994 e 2003, e assumiu o mandato no fim daquele período. Nas eleições de 2014, tornou-se novamente primeiro-suplente, dessa vez de Rose de Freitas. Assim, assumiu o mandato em novembro de 2019.
Pastore deixou o Senado em outubro de 2022, com o término da licença de Rose de Freitas. Atualmente, é filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
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Cronologia dos eventos do caso Banco Master no STF
- 17/11 – Prisão de Daniel Vorcaro e dos executivos do Banco Master;
- 18/11 – Decretada liquidação do Banco Master;
- 28/11 – Controlador e e executivos do banco Master são liberados pelo TRF-1;
- 29/11 – Toffoli viajou para a final da Libertadores no jatinho do empresário Luiz Oswaldo Pastore, no mesmo voo em que estava o advogado Augusto Arruda Botelho;
- 3/12 – Arruda Botelho ingressou com recurso no Supremo em nome de Luiz Antonio Bull, quatro dias após a partida;
- Mesmo dia – Toffoli impôs sigilo ao processo e transferiu todo o inquérito do caso Banco Master para o STF;
- Pedido atendido – A decisão acolheu solicitação idêntica à já apresentada pela defesa do dono do banco, Daniel Vorcaro;
- A partir daí – Todas as diligências e medidas investigativas passaram a depender da autorização direta do ministro.
Fontes afirmam que Toffoli confirmou a viagem e garantiu que não tratou do inquérito durante o trajeto.
Segundo juristas, o caso Banco Master no STF ganhou novas camadas de críticas institucionais. A coincidência entre datas, viagens e decisões passou supostamente a redefinir o curso da investigação.











