A produção de veículos no Brasil caiu 11,6% em novembro, totalizando 219.058 unidades e configurando um dos recuos mais expressivos do ano. Isso de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A associação alegou que novembro, com menos dias úteis que outubro, sofreu maior impacto de redução da capacidade produtiva (entre 40 mil e 50 mil veículos), alterando o ritmo das montadoras.
Além disso, as vendas também recuaram, encerrando o mês com 238.564 unidades vendidas, volume 8,5% inferior ao de outubro. Na comparação com novembro de 2023, o mercado registrou uma queda de 5,9%, revelando que a demanda continua pressionada pelo custo do crédito, mesmo antes de considerar os efeitos sazonais.
Produção de veículos no Brasil e o efeito dos juros
O presidente da Anfavea, Igor Calvet, chamou atenção para o impacto do juro sobre o desempenho do setor. Segundo ele,
“Em novembro passado (de 2024) a taxa Selic estava na casa de 11% e hoje estamos em 15%, e esse componente afeta muito a decisão de compra no período de um ano”.
A avaliação evidencia como a produção de veículos no Brasil está diretamente ligada ao financiamento. Como o crédito mais caro tende a reduzir a capacidade de aquisição das famílias, o encarecimento do financiamento afeta tanto pedidos do varejo quanto de frotistas. Por consequência, o desempenho fabril segue condicionado ao comportamento da política monetária.
Calendário mais curto influencia queda na construção de veículos no Brasil
A menor quantidade de dias úteis reorganizou a operação das linhas de montagem, já que concessionárias e empresas ajustaram pedidos ao longo do mês. Embora o calendário explique parte relevante da queda, a Anfavea reconhece que o efeito não elimina sinais de demanda mais fraca, reforçando a necessidade de separar fatores ocasionais de tendências estruturais.
Dinâmica industrial sob nova condição de mercado
A atual dinâmica do setor de fabricação de veículos confirma que o juro elevado no Brasil permanece como um dos principais limitadores do setor. Além disso, análises da Anfavea e de especialistas do mercado apontam que o consumo continuará sensível às condições de crédito, mantendo atenção sobre os próximos relatórios e sobre a própria produção de veículos no Brasil, que pode seguir oscilando conforme a política monetária e a evolução da renda.











