A retirada da candidatura de Flávio Bolsonaro voltou a orientar o comportamento dos ativos nesta segunda-feira (08/12), num pregão marcado por correção após a turbulência da semana passada. O Ibovespa avançou 0,39%, mostrando tentativa de estabilização, enquanto o dólar recuou 0,22% e terminou a R$ 5,42, depois de ter tocado o maior nível em quase dois meses na sexta.
O alívio parcial não elimina a cautela, pois analistas afirmam que a possibilidade de o senador deixar a disputa presidencial reorganiza cálculos políticos e financeiros. Esse movimento recolocou o cenário eleitoral no centro das análises e ajudou a explicar a oscilação mais intensa do câmbio, que segue sensível a declarações públicas e mudanças na leitura de risco.
Retirada da candidatura Flávio Bolsonaro e o humor dos investidores
Para especialistas consultados por instituições financeiras, a retirada da candidatura Flávio Bolsonaro altera a composição percebida da oposição e amplia incertezas sobre o alinhamento dentro do campo conservador. Como consequência, investidores ajustaram posições, pois a indefinição aumenta o peso de variáveis políticas na precificação de ativos. Esse processo ocorre num ambiente em que a volatilidade cambial já estava elevada após a disparada de 2,31% do dólar na sexta.
A avaliação de parte do mercado é que a saída do senador pode fortalecer alternativas consideradas mais competitivas por analistas políticos, ainda que não exista consenso. Essa leitura influenciou decisões de curto prazo, já que o câmbio costuma reagir de forma imediata a mudanças de cenário eleitoral. Nesse contexto, indicadores como fluxos financeiros, prêmio de risco, juros futuros e sensibilidade do Ibovespa foram amplamente monitorados durante o dia.
Retirada da candidatura Flávio Bolsonaro antes da Superquarta
Apesar do foco político, o mercado também se prepara para a Superquarta (10/12), quando o Copom deve manter a Selic em 15%. O comunicado do Banco Central (BC) tende a receber atenção especial, pois analistas discutem se haverá sinalização sobre cortes em 2026. Nos Estados Unidos, cresce a aposta em redução de 0,25 ponto pelo Federal Reserve, o que adiciona mais camadas à análise de risco global.
Leia também: Flávio Bolsonaro afeta mercado; dólar e bolsa reagem a anúncio de candidatura à presidência
Cenário eleitoral em transformação
Essa alteração na candidatura ocorre num momento em que o Boletim Focus mostrou novas revisões baixistas para a inflação de 2025 e 2026. Mesmo com esses ajustes, economistas afirmam que o câmbio continuará mais exposto a ruídos políticos do que a indicadores técnicos. Nesse ambiente, variáveis como apetite por risco, liquidez global, curva de juros, posicionamento estrangeiro e volatilidade intradiária permanecem determinantes para o curto prazo.
O conjunto de fatores reforça que a retirada da candidatura Flávio Bolsonaro tende a manter o debate eleitoral no centro das atenções, influenciando hedges cambiais, preços de ativos e estratégias de gestão. Embora a Superquarta ofereça novos sinais sobre política monetária, analistas afirmam que a interação entre incerteza política e juros elevados continuará moldando o comportamento do mercado. O cenário, segundo economistas, seguirá condicionado ao tom do BC e à capacidade de estabilização das expectativas, num período em que cada declaração pública afeta a leitura dos investidores.











