O avanço do valor da prata no fim de 2025 ganhou velocidade quando o metal passou a concentrar tanto recursos institucionais quanto operações de varejo diante de uma oferta física cada vez mais rígida. O preço quase dobrou no ano, com a maior parte da escalada ocorrendo nos últimos dois meses, período marcado por estoques chineses no menor patamar em uma década e por demanda intensa da Índia. Embora remessas adicionais tenham chegado aos cofres londrinos, o alívio ainda não reverte a pressão estrutural criada desde o terceiro trimestre.
Esse comportamento coincidiu com a estabilização do ouro após seu recorde de outubro. Desde então, a prata avançou mais de 11%, enquanto o cobre subiu quase 9% e consolidou seu próprio rali, apoiado por expectativas de maior procura industrial.
Valor da prata impulsionado por ETFs e entrada de novos investidores
Nos mercados financeiros, a expansão dos Exchange Traded Funds (ETFs), fundos de índice, se tornou um dos vetores mais relevantes da atual valorização. O iShares Silver Trust recebeu quase US$ 1 bilhão em uma única semana, superando o fluxo destinado ao maior fundo de ouro. A maior procura também elevou a volatilidade implícita nas opções do ETF para o nível mais alto desde 2021. O ano foi um período que registrou forte atuação de investidores de perfil especulativo.
O movimento se repete no mercado futuro. Na Comex, opções de prata passaram a registrar operações intensas, incluindo estratégias de risco elevado como os 5.000 call spreads equivalentes a 25 milhões de onças troy negociados em dois dias. De acordo com Mike McGlone, estrategista da Bloomberg Intelligence, o prêmio de 82% acima da média de cinco anos indica um distanciamento acentuado do padrão histórico, reforçando a necessidade de novos impulsos para sustentar avanços adicionais. A alta no valor da prata segue um ritmo de escalada, em outubro, o metal atingiu maior valor em dez anos.
Valor da prata sobe enquanto cobre encara distorções globais
A oferta limitada segue no centro da análise, mas o mercado de cobre também influencia o ambiente de metais no fim de 2025. O metal superou US$ 11.600 a tonelada na London Metal Exchange (LME) durante novembro, sustentado pela demanda de projetos de eletrificação, expansão de centros de dados e investimentos em energia limpa. Além disso, a decisão dos Estados Unidos de aplicar tarifas sobre o cobre alterou o padrão de formação de preços. Além disso, ampliando a arbitragem entre Nova York e Londres e estimulando importações recordes. Essas distorções ajudam a explicar parte do apetite por prata como alternativa de proteção diante de um mercado mais irregular.
Perspectivas para a prata e cobre em 2026
A cotação da prata e do cobre no início de 2026 dependerá da combinação entre fluxo financeiro e oferta física, enquanto o setor industrial avalia custos e ajusta compras. A trajetória do cobre, influenciada por tensões logísticas e pela demanda crescente em tecnologia, tende a moldar estratégias de fundos que operam cesta de metais.
Nesse ambiente, a continuidade da volatilidade do valor da prata deve ampliar o uso de derivativos e reforçar a busca por liquidez em mercados globais. Portanto, criando um começo de ano marcado por ajustes rápidos e atenção concentrada na resposta da oferta às pressões acumuladas em 2025.











