A competitividade das exportações brasileiras enfrenta um ambiente mais caro e instável em 2025, marcado por custos logísticos elevados e condições financeiras desfavoráveis. É o que aponta o estudo Desafios à Competitividade das Exportações Brasileiras 2025, lançado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira (08/12). Segundo ele, empresas relatam aumento da pressão sobre operações externas em razão do encarecimento do transporte, das tarifas portuárias e da dificuldade de acesso a crédito competitivo.
O levantamento também mostra que, mesmo com a demanda internacional relativamente estável, a estrutura doméstica continua limitando a capacidade de expansão das vendas externas. A combinação de juros altos, volatilidade cambial e baixa eficiência institucional cria um ambiente de maior risco para planejamento e formação de preços, ampliando desafios que permanecem recorrentes ao longo dos últimos ciclos.
Competitividade das exportações e o peso dos entraves logísticos
Os dados mais recentes da CNI mostram que os gargalos logísticos permanecem entre os principais fatores que inibem a expansão das vendas externas. Indicadores do relatório destacam:
- 48,5% das empresas consultadas pela CNI relatam ineficiência nos portos brasileiros.
- 47,7% das companhias afirmam enfrentar falta de rotas e disponibilidade limitada de contêineres.
- 46,2% das exportadoras mencionam tarifas portuárias elevadas como obstáculo relevante.
- 32,9% das empresas apontam tarifas aeroportuárias como fator adicional de custo.
Esses números mostram como a infraestrutura influencia diretamente o acesso a mercados externos. Quando há limitação de terminais, rotas reduzidas ou operações pouco coordenadas, o impacto recai sobre prazos, formação de preços e capacidade de fechar contratos de longo prazo. Essa restrição fragiliza a competitividade exportadora e cria barreiras para ampliar mix de produtos e destinos.
Influência do ambiente econômico na competitividade das exportações
A análise do ambiente econômico revela que a perda de fôlego das exportações não decorre apenas de questões logísticas. Isso pois pressões financeiras e institucionais também desempenham papel decisivo. Entre os pontos mapeados:
- 41,8% das empresas exportadoras relatam impacto direto da volatilidade cambial em seus custos e contratos.
- 38,8% das companhias afirmam que os juros elevados dificultam o financiamento da produção e da exportação.
- 39,8% das empresas veem falhas na solução de entraves internos que afetam operações externas.
- 37,2% das companhias apontam ausência de uma estratégia nacional de comércio exterior.
Esse conjunto de fatores afeta a capacidade competitiva das exportações ao elevar o custo de capital, reduzir previsibilidade e dificultar o uso de instrumentos financeiros públicos. A volatilidade do câmbio adiciona incerteza às margens e cria desafios para contratos de médio prazo, enquanto a falta de coordenação institucional prolonga o ciclo de liberação de cargas e reforça riscos operacionais.
Caminhos para reforçar a competitividade
Os dados do relatório mostram que a competitividade do setor exportador dependerá de medidas que integrem logística, crédito e governança regulatória. A melhora nos portos, a ampliação de rotas e a modernização de processos podem reduzir pressões que hoje freiam investimentos em exportação. Portanto, a tendência é que a competitividade das exportações avance somente à medida que custos sistêmicos diminuam e a eficiência institucional ganhe tração em um mercado global mais disputado.
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