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Bolha da IA entra no radar após queda da Oracle e alerta sobre gastos

A bolha da IA volta ao debate após a queda da Oracle e alertas sobre capex elevado, levando investidores a reavaliar riscos e retorno no mercado global de tecnologia.
Bolha da IA e o impacto dos investimentos em inteligência artificial no mercado
Debate sobre a bolha da IA ganha força no mercado financeiro após alertas sobre investimentos e retorno econômico.

A bolha da IA (Inteligência Artificial) voltou ao centro das discussões em Wall Street após a forte queda das ações da Oracle, registrada na sexta-feira (12/12), reacendendo dúvidas sobre preços e retorno dos investimentos no setor. Os papéis da companhia chegaram a recuar 16,5% depois que a empresa alertou para um aumento relevante nos gastos de capital ligados à inteligência artificial.

A reação do mercado veio após a Oracle informar que o capex do ano fiscal de 2026 será US$ 15 bilhões maior que o previsto em setembro. Segundo apuração da CNN, o alerta ganhou força entre investidores, sobretudo em empresas que ampliam gastos em infraestrutura de dados sem cronograma claro de monetização.

Bolha da IA e a pressão sobre balanços

Para gestores, a leitura não atinge todo o ecossistema. Chuck Carlson, CEO da Horizon Investment Services, afirmou que o episódio reflete mais as limitações financeiras da Oracle do que um problema estrutural da bolha da IA. Segundo ele, a empresa tenta competir como hiperescaladora sem o mesmo fluxo de caixa de grupos como Alphabet, Microsoft e Amazon.

O episódio se soma a outros sinais recentes. A Broadcom alertou para queda de margens. Já a Meta perdeu 11% em valor de mercado no fim de novembro, após projetar investimentos mais elevados em 2026. O foco está em data centers e processamento avançado. Esses movimentos reforçam a cautela em torno da rentabilidade dos projetos.

Bolha da IA e mudança no apetite do investidor

Mark Hackett, estrategista da Nationwide, avalia que a relação entre gastos agressivos e valorização das ações mudou nos últimos meses. Para ele, o mercado passou a exigir mais disciplina financeira, sobretudo em negócios ligados à computação em nuvem e semicondutores. A leitura é compartilhada por Robert Gill, da Fairbank Investment Management, que destaca o intervalo maior entre investimento e geração de receita.

Mesmo com críticas, poucos investidores apostam de forma contundente contra o setor. Michael Burry, conhecido por prever a crise de 2008, voltou a alertar para excessos e mantém posição vendida em empresas como a Palantir, questionando o ritmo da expansão da infraestrutura de IA.

Reprecificação da inteligência artificial no mercado

Dados da Ortex Technologies mostram que, em uma cesta de 61 ações ligadas ao tema, não há sinal de posicionamento amplo apostando no estouro da bolha da IA. O aumento de vendas a descoberto se concentra em empresas médias, enquanto os grandes beneficiários seguem com níveis modestos de pressão.

Apesar dos ajustes, o setor de tecnologia continua como o maior peso do S&P 500, que acumula alta de 17% no ano. O desafio agora, segundo analistas, é permitir uma rotação interna de liderança sem provocar um ajuste abrupto no índice.

Valuation da IA e próximos passos do mercado

O debate atual indica menos euforia e mais foco em valuation, retorno sobre capital e sustentabilidade financeira. Em vez de um colapso generalizado, o mercado indica uma seleção mais rigorosa de vencedores. Empresas com escala e caixa robusto, como a Oracle, tendem a se diferenciar das mais expostas ao endividamento. Nesse contexto, a bolha da IA deixa de ser vista como evento iminente e passa a atuar como um filtro econômico, redefinindo prioridades no ciclo global de investimentos.

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