A intenção de compras no Natal do consumidor brasileiro alcançou, em 2025, o nível mais elevado desde 2012, segundo a Sondagem do Consumidor Natal divulgada pela Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) na última terça-feira (23/12). O resultado interrompe a oscilação observada desde a pandemia e recoloca o indicador próximo aos patamares do início da década passada.
Apesar da melhora do indicador, o levantamento mostra que o consumidor segue cauteloso. Isso porque o avanço da disposição para comprar não vem acompanhado de aumento do valor destinado aos presentes, mas de uma reorganização do orçamento, com preferência por faixas de gasto intermediárias.
Intenção de compras no Natal e o valor planejado para os presentes
O detalhamento da pesquisa revela que a recuperação do consumo ocorre com foco em controle de gastos. Em 2025, os consumidores concentram suas compras em valores médios, evitando tanto despesas muito baixas quanto presentes de maior valor.
Além disso, entre as faixas de preço mais citadas para os presentes de Natal, destacam-se:
- R$ 101 a R$ 200: 29,1% dos consumidores
- R$ 51 a R$ 100: 27,1%
- R$ 21 a R$ 50: 21,0%
- Até R$ 20: 10,6%
- R$ 201 a R$ 500: 9,5%
Esse desenho ajuda a explicar por que, mesmo com maior intenção de consumo, o preço médio real dos presentes caiu para R$ 120 em 2025. Segundo Anna Carolina Gouveia, coordenadora da sondagem do FGV IBRE:
“o elevado nível de endividamento e inadimplência leva as famílias a ajustar o valor dos presentes para que caibam no orçamento”.
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Tipos de produtos citados na intenção de compras no Natal
A composição da cesta de Natal reforça essa leitura de cautela. Para 2025, os consumidores priorizam itens tradicionais e de uso direto, enquanto categorias historicamente mais associadas ao Natal perdem espaço.
Em 2025, entre os presentes mais mencionados, aparecem:
- Roupas: 48,3% das citações
- Brinquedos: 11,7%, (menor participação da série histórica, iniciada em 2007)
- Livros: 6,6% (maior participação desde o início da série histórica)
- Artigos pessoais: 6,1%
- Perfumes: 5,2% (recuo de 1% nas intenções desde 2023)
Segundo a análise de intenção de compras no Natal do FGV, o recuo contínuo dos brinquedos ao longo da última década indica mudanças no perfil do consumo. Portanto, o consumidor atual busca por presentes percebidos como úteis ou duráveis para uma faixa etária mais ampla.
Leitura ampliada sobre o consumo natalino
A intenção de compras no Natal em 2025 reflete um consumidor menos retraído, mas ainda atento às restrições financeiras. A combinação entre emprego, renda e inflação mais comportada sustenta a melhora do indicador, enquanto a queda do tíquete médio revela prudência. Já para o varejo, o cenário sugere um fim de ano com maior fluxo de compradores, porém com decisões ancoradas em preço, utilidade e valor percebido, favorecendo estratégias mais racionais de venda.
Confira a Sondagem do Consumidor Natal na íntegra.











