O estoque do Tesouro Direto alcançou R$ 205,4 bilhões em novembro, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (26/12) pela Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, consolidando uma expansão anual de 36,2%. O volume supera pela primeira vez a marca de R$ 200 bilhões, refletindo o aumento da alocação de pessoas físicas em títulos públicos federais.
Na comparação mensal, o saldo avançou 2,2% frente a outubro, quando o estoque somava R$ 201,0 bilhões. Em doze meses, o crescimento equivale a um acréscimo superior a R$ 54 bilhões, uma variação que coincide com o ambiente de juros elevados e maior procura por renda fixa soberana.
Estoque do Tesouro Direto e a composição por indexador
Os títulos indexados à inflação seguem como o principal eixo da carteira. Eles concentram 50,4% do estoque, o equivalente a R$ 103,6 bilhões, com destaque para o Tesouro IPCA+. Na sequência, os papéis atrelados à taxa Selic respondem por 37,0%, totalizando R$ 76,0 bilhões, enquanto os prefixados representam 12,6%, ou R$ 25,8 bilhões.
Essa distribuição indica uma preferência clara por instrumentos de proteção contra inflação e volatilidade, ao mesmo tempo em que preserva liquidez por meio dos títulos pós-fixados. O peso reduzido dos prefixados sugere maior cautela com o horizonte de juros.
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Estoque do Tesouro Direto e o perfil de prazos
A análise por vencimento mostra concentração nos papéis de 1 a 5 anos, que somam 42,9% do estoque. Os títulos entre 5 e 10 anos representam 27,7%, enquanto os vencimentos acima de 10 anos atingem 17,7%. Já os papéis de curto prazo, até um ano, ficam em 11,7%.
No fluxo financeiro de novembro, as vendas totalizaram R$ 6,19 bilhões, enquanto os resgates chegaram a R$ 3,37 bilhões, resultando em saldo líquido positivo de R$ 2,83 bilhões. Esse resultado reforça a entrada líquida de recursos no programa.
Expansão do estoque em títulos públicos federais
O número de investidores ativos chegou a 3,3 milhões, com avanço de 19,2% em 12 meses. Apenas em novembro, houve entrada líquida de 51.511 investidores, ampliando a base de pessoas físicas com exposição direta à dívida pública.
O avanço do estoque do Tesouro Direto ocorre em um contexto de política monetária restritiva e maior seletividade por parte do investidor. A tendência aponta para manutenção da demanda por títulos indexados à inflação e à Selic, em linha com o acompanhamento da dívida pública pelo Ministério da Fazenda e pela Secretaria do Tesouro Nacional.











