As reservas de ouro do Brasil cresceram 33% entre setembro e novembro de 2025, após o Banco Central adquirir 42,8 toneladas do metal, segundo dados oficiais. Em 29/12, o volume total passou de 129,6 para 172,4 toneladas, encerrando um ciclo de quatro anos sem novas compras.
A decisão ocorreu em um ambiente de valorização expressiva do ouro no mercado internacional, usado como ativo de proteção diante de incertezas globais. Ao longo de 2025, o metal acumulou alta de 65,2%, com a onça troy atingindo US$ 4.363 no fim de dezembro.
Reservas de ouro do Brasil e o impacto financeiro
Em termos financeiros, as reservas de ouro do Brasil praticamente dobraram de valor ao longo de 2025. O montante passou de US$ 11,7 bilhões em janeiro para US$ 23,3 bilhões em novembro, avanço de 99,15% no período.
O crescimento combinou novas aquisições com a alta das cotações internacionais. Como resultado, o ouro ampliou sua relevância dentro do portfólio de ativos do país, mesmo mantendo participação minoritária no total das reservas.
Além disso, o estoque atual representa cerca de 6,5% das reservas internacionais brasileiras. Embora o dólar siga como principal componente, sua fatia recuou de 86,77% em 2019 para 78,45% em 2024.
Estratégia cambial e diversificação dos ativos internacionais
A ampliação das reservas de ouro do Brasil está associada à estratégia de diversificação cambial adotada pelo Banco Central. O objetivo é reduzir a concentração em moedas específicas, especialmente em um cenário de volatilidade financeira internacional.
Em novembro, o volume total das reservas internacionais somou US$ 360,6 bilhões, aumento de US$ 32,3 bilhões em relação ao início de 2025. Além do ouro, o portfólio inclui títulos soberanos, depósitos em moedas fortes, direitos especiais de saque no FMI e aplicações no Banco de Compensações Internacionais (BIS).
Esse conjunto busca preservar liquidez, segurança e flexibilidade operacional para enfrentar choques externos e oscilações nos fluxos de capital.
Estoque de ouro brasileiro e o cenário dos metais
O avanço do estoque de ouro brasileiro ocorreu em um ano de desempenho elevado também para outros metais preciosos. A prata subiu mais de 160% em 2025, impulsionada pela demanda industrial e por aplicações financeiras.
Analistas de mercado associam esse ciclo de valorização às expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve em 2026, além da trajetória mais fraca do dólar ao longo de 2025. Compras de bancos centrais e investidores institucionais também sustentaram os preços.
No entanto, especialistas alertam que o mercado de metais segue sensível a decisões de política monetária e eventos geopolíticos. Após altas intensas, o comportamento das reservas de ouro do Brasil tende a ganhar ainda mais atenção em 2026, como indicador da estratégia defensiva do país diante de um cenário global ainda instável.











