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Fraudes contra Caixa Econômica Federal podem superar R$ 1 bilhão em 2024

fraudes na Caixa Econômica Federal, destacando o impacto financeiro dos crimes investigados.
(Foto: Reprodução/PF)
fraudes na Caixa Econômica Federal, destacando o impacto financeiro dos crimes investigados.
(Foto: Reprodução/PF)

As ações de fraudes na Caixa Econômica Federal vem causando imensos prejuízos, que, apenas nos últimos três meses, somam R$ 104 milhões. Caso essa tendência continue, o montante de perdas poderá ultrapassar a marca de R$ 1 bilhão até o final do ano. Essas fraudes, geralmente envolvendo documentos falsificados e empresas de fachada, estão sob investigação intensa da Polícia Federal. Diversas operações têm sido conduzidas para combater esses crimes, revelando a gravidade e a complexidade das ações criminosas.

Operação Cherut: ação decisiva da Polícia Federal

No dia 11 de setembro, a Polícia Federal deu início à Operação Cherut, com o objetivo de enfrentar fraudes que atingiram uma agência da Caixa Econômica Federal em Teresina (PI). A investigação descobriu que uma organização criminosa vinha extorquindo o gerente da agência para liberar empréstimos fraudulentos. O prejuízo até o momento já ultrapassa R$ 3 milhões, sendo que as fraudes envolvem principalmente linhas de crédito como o Giro Caixa, destinadas a empresas.

Durante a ação, a Polícia Federal cumpriu mandados de prisão temporária e de busca e apreensão em São Paulo e no Piauí. O grupo criminoso operava utilizando empresas fictícias e ameaçava o gerente da agência para facilitar a liberação dos empréstimos fraudulentos. Uma mulher foi presa em flagrante quando tentava obter um empréstimo com dados falsos, destacando a seriedade das fraudes em curso.

Operação Token Free: fraudes sofisticadas envolvendo tokens de funcionários

Em agosto, a Polícia Federal lançou a Operação Token Free, que teve como alvo uma organização criminosa altamente especializada em fraudes bancárias, com foco nas fraudes na Caixa Econômica. O grupo, que operava de maneira sofisticada, movimentou mais de R$ 51 milhões em dois anos. A operação se estendeu por estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco, onde mandados de prisão e busca foram cumpridos.

Conforme apurado, os criminosos roubavam tokens de funcionários da Caixa, o que lhes permitia acessar os sistemas bancários da instituição. Dentro do sistema, eles realizavam transações e saques fraudulentos em caixas automáticos, resultando em prejuízos consideráveis para a Caixa Econômica Federal. A Justiça autorizou a apreensão de bens no valor de até o valor previsto da movimentação financeira, na tentativa de minimizar as perdas causadas pelas fraudes.

(Crédito: Divulgação/Polícia Federal)

Operação Paper Land: Prejuízo Milionário à Caixa Econômica Federal

Em julho, a Polícia Federal deflagrou a Operação Paper Land, que desmantelou uma quadrilha responsável por causar um prejuízo estimado em R$ 40 milhões à Caixa Econômica Federal. O grupo criminoso atuava fraudando financiamentos agropecuários, utilizando uma rede de documentos falsificados e aliciando profissionais credenciados pela instituição. De acordo com as investigações, os valores obtidos de forma ilícita foram direcionados para a compra de veículos de luxo, imóveis e outros bens de alto valor. Além disso, o esquema envolvia a utilização de imóveis fictícios como garantias para as operações financeiras fraudulentas.

As investigações revelaram que o grupo era formado por empresários, advogados e funcionários da própria Caixa. Eles elaboravam contracheques, identidades e outros documentos falsificados para viabilizar os financiamentos de maneira fraudulenta. As penas para os envolvidos podem ultrapassar 40 anos de prisão, conforme a legislação vigente. A operação evidencia a urgência de medidas mais rígidas para combater fraudes dentro do sistema financeiro, protegendo instituições e clientes.

Operação Falso Egídio: Prejuízos em Programas Sociais

Outra operação de destaque ocorrida em julho foi a Falso Egídio, uma ação conjunta entre a Polícia Federal e a Caixa Econômica Federal. Nessa operação, foram cumpridos 11 mandados de prisão temporária e 16 de busca e apreensão em cinco estados do país. O grupo criminoso especializado em fraudar programas de transferência de renda gerou um prejuízo estimado em R$ 10 milhões para a Caixa.

De acordo com as investigações, funcionários do banco facilitaram o acesso de criminosos ao aplicativo Caixa Tem, responsável por gerenciar contas digitais sociais. Em troca, esses funcionários recebiam propinas para permitir que os fraudadores manipulassem as contas e desviassem recursos. A operação continua em andamento, e novos desdobramentos são esperados, à medida que mais provas sejam descobertas sobre a extensão das fraudes.

Fraudes na Caixa Econômica: Um Alerta Preocupante

Em conversa exclusiva com o Economic News Brasil, um gerente da Caixa Econômica Federal na capital cearense, que optou por permanecer anônimo, revelou que muitas fraudes envolvendo a instituição não chegam ao conhecimento da imprensa. De acordo com o gerente, essas fraudes costumam envolver a apresentação de documentos falsificados, como balanços financeiros e declarações de impostos forjados, geralmente utilizados por empresas fictícias. “Atualmente, a Caixa ainda enfrenta dificuldades em desenvolver ferramentas que permitam verificar com precisão a autenticidade desses documentos”, destacou o gerente.

Diante do aumento expressivo dessas ocorrências, o gerente, que antes trabalhava no setor de pessoa jurídica, solicitou sua transferência para o setor de pessoa física, onde acredita que os riscos de envolvimento com fraudes são muito menores.

Crescimento Alarmante das Fraudes

As fraudes contra a Caixa Econômica Federal estão se tornando uma preocupação crescente tanto para a instituição quanto para as autoridades brasileiras. Operações recentes, como Cherut, Paper Land, Token Free e Falso Egídio, expõem as vulnerabilidades do sistema financeiro e reforçam a necessidade urgente de implementar medidas preventivas mais robustas. As autoridades precisam intensificar suas investigações e melhorar os protocolos de segurança para mitigar o impacto dessas fraudes, que continuam a causar prejuízos expressivos tanto à Caixa quanto à sociedade.