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Ibovespa fecha em queda à espera de decisões de juros

Ibovespa - Copom - queda
(Imagem: divulgação/Ibovespa)
Ibovespa - Copom - queda
(Imagem: divulgação/Ibovespa)

O Ibovespa devolveu os ganhos do pregão anterior e encerrou a sessão desta terça-feira (17) em baixa. O índice da bolsa brasileira recuou 0,11%, fechando aos 134.960,19 pontos. Além disso, os investidores aguardam as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.

O mercado permanece em compasso de espera pela chamada “Super Quarta”, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) e o Federal Reserve dos EUA irão divulgar suas novas diretrizes. No cenário doméstico, a expectativa gira em torno de uma possível alta de 25 pontos-base na Selic, levando os juros para 10,75% ao ano. Apesar disso, há especulações de que o Copom possa optar por um aumento maior, de 50 pontos-base.

Fernando Haddad reforça ajuste fiscal

No âmbito doméstico, os investidores também monitoraram as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que reafirmou o compromisso do governo com o ajuste fiscal. Em discurso no Palácio do Planalto, ele destacou que o Brasil está reorganizando as finanças públicas após anos de “desarranjo” orçamentário. Segundo o ministro, a adoção do novo arcabouço fiscal é essencial para garantir o crescimento econômico sustentável, permitindo que o país cresça acima da média global nos próximos anos.

Essas declarações, no entanto, não foram suficientes para afastar a cautela do mercado. A espera pela “Super Quarta” manteve os investidores em estado de alerta, à medida que aguardam os impactos das decisões de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Desempenho das ações no Ibovespa

Entre as ações que mais se destacaram no pregão do Ibovespa, Oncoclínicas (ONCO3) teve uma queda com desvalorização de mais de 11%. A redução ocorreu após o Citi rebaixar a recomendação de compra para neutro/alto risco da empresa e reduzir o preço-alvo dos papéis de R$ 9,00 para R$ 7,00. O movimento reforçou o clima de cautela no mercado, especialmente em setores de saúde.

Por outro lado, Azul (AZUL4) foi um dos destaques positivos. As ações da companhia aérea subiram pelo terceiro pregão consecutivo, impulsionadas pelas expectativas de um acordo para reestruturação de sua dívida, estimada em US$ 580 milhões. A empresa confirmou que está em negociações com arrendadores de aeronaves, o que gerou otimismo entre os investidores.

JBS (JBSS3) também teve um bom desempenho, com alta de mais de 1%. O frigorífico foi beneficiado pela atualização de guidance e pela elevação do preço-alvo de suas ações por parte de analistas do Bradesco BBI e Goldman Sachs.

Setores em queda e a espera pela Super Quarta

Entre as blue chips, Petrobras (PETR4;PETR3) apresentou desempenho negativo, destoando do movimento de alta do petróleo no mercado internacional. A estatal foi uma das mais negociadas do dia, mas fechou em queda, refletindo a cautela dos investidores. Vale (VALE3), por sua vez, também registrou recuo, pressionada pela ausência de cotações do minério de ferro na China.

O setor bancário foi outro que sofreu perdas, com ações de grandes bancos como Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) recuando em bloco. A incerteza em relação à política monetária fez com que os investidores adotassem uma postura mais defensiva, aguardando os resultados da “Super Quarta”.

Esses movimentos podem trazer maior volatilidade ao mercado nos próximos dias. Os investidores estão ajustando suas expectativas e reavaliando suas posições com base nas novas diretrizes de política monetária. Por fim, a perspectiva de juros mais altos, tanto no Brasil quanto no exterior, pode impactar os fluxos de capitais e influenciar a dinâmica do mercado de ações.