Publicidade

Copom eleva Taxa Selic para 10,75% e mercado prevê novos aumentos

Alta da Taxa Selic para 10,75% impacta empresas e busca controlar a inflação no Brasil.
O mercado financeiro já esperar futuros aumentos da Selic. (Foto: AlphaTradeZone/Pexels)
Alta da Taxa Selic para 10,75% impacta empresas e busca controlar a inflação no Brasil.
O mercado financeiro já esperar futuros aumentos da Selic. (Foto: AlphaTradeZone/Pexels)

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 0,25%, ajustando o juro básico brasileiro para 10,75% ao ano. A reunião, que contou com a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e Gabriel Galípolo, indicado pelo governo Lula, seguiu as expectativas do mercado financeiro. A decisão reflete a previsão de novos aumentos, com a Selic podendo alcançar 11,25% até o final de 2024.

A taxa de 10,5%, vigente desde maio, sofreu críticas, especialmente por economistas como Maurício Villamizar, do Banco Central da Colômbia, que questionou a eficácia da estratégia de elevação dos juros no Brasil. Ele sugere que a medida pode não estar alinhada com as melhores práticas globais para controlar a inflação.

Justificativa para o aumento da Selic

A principal razão por trás desse aumento é o receio de um avanço inflacionário. As previsões do mercado indicam que o IPCA deve alcançar 4,35% em 2024, bem próximo do teto da meta de 4,5%. Tanto o Banco Central quanto investidores consideram que a alta dos juros ajudará a conter esse aumento de preços. No entanto, setores como a indústria e o comércio manifestam preocupação sobre o impacto dessa medida no crédito e no consumo, que podem ser negativamente afetados pelo aumento do custo do financiamento.

O mercado já espera novas elevações nas próximas reuniões do Copom. O Banco Central, em seu comunicado, reafirmou que a continuidade dessas altas dependerá da evolução da inflação e de outros indicadores econômicos.

Expectativa de mais elevações

Com a inflação acima da meta de 3%, o Banco Central segue comprometido em reduzir o índice ao longo dos próximos 12 meses. A previsão atual de 4,35% reforça a necessidade de mais aumentos da Selic, possivelmente até o início de 2024. O Copom monitora os componentes mais sensíveis da economia para tomar decisões baseadas em evidências concretas.

Pressão inflacionária e seus impactos

O cenário inflacionário atual tem se mostrado um desafio para a economia brasileira. O Banco Central destacou que controlar a inflação continua sendo a prioridade, e novas elevações da Selic serão determinadas pelos dados dos próximos meses. A manutenção dos juros elevados visa evitar uma desancoragem dos preços, o que prejudicaria o poder de compra da população.

Impacto no mercado financeiro

O mercado financeiro já começa a esperar futuros aumentos da Selic, alinhando as expectativas com um cenário de maior restrição monetária. Com isso, as próximas reuniões do Copom devem fornecer novas indicações sobre o rumo da política monetária, visando estabilizar a economia e manter a inflação dentro dos limites da meta.

Análise de Jackson Pereira Jr. sobre a alta da taxa Selic

Para Jackson Pereira Jr., articulista de negócios e economia do Economic News Brasil, a recente elevação da taxa Selic para 10,75% é um movimento que, embora necessário para controlar a inflação, impõe grandes desafios ao setor produtivo brasileiro. Segundo ele, a política de aumento dos juros, caso seja mantida de forma abrupta, pode impactar negativamente empresas, principalmente pequenas e médias, que dependem de crédito para sustentar suas operações e crescer no longo prazo.

Ele observa que o equilíbrio entre a política monetária e o crescimento econômico precisa ser mais ajustado, especialmente em um cenário de margens apertadas no comércio e na indústria. Embora o controle da inflação seja uma prioridade, é crucial que o Banco Central acompanhe com atenção as dinâmicas internas do mercado.

“O recente aumento da Selic traz um ônus significativo para as empresas que dependem de crédito. Pequenas e médias empresas, em especial, sentem esse impacto de maneira mais severa, pois o aumento dos custos financeiros restringe investimentos e dificulta o planejamento a longo prazo”, afirmou Jackson Pereira Jr.

Ele complementa: “O desafio do Banco Central será encontrar um ponto de equilíbrio que permita ao país crescer sem comprometer a estabilidade dos preços. Um descontrole nos preços afeta diretamente a população, mas a elevação abrupta dos juros também pode desacelerar setores cruciais da economia”.