Jack Ma, bilionário fundador do Alibaba e Ant Group, desapareceu da vida pública há mais de dois meses, segundo informações recentes. O empresário, que se tornou uma figura global por sua liderança na maior empresa de comércio eletrônico da China, está no centro das atenções desde que a China intensificou a repressão ao seu império de negócios.
Em dezembro, reguladores chineses abriram uma investigação antitruste contra o Alibaba, frequentemente comparada à Amazon, após Ma criticar abertamente o sistema regulatório financeiro do país. Suas declarações, feitas em uma conferência em Xangai, sugeriram que os regulamentos financeiros globais adotados pela China eram antiquados e ineficazes para a inovação moderna.
Ma destacou que “a boa inovação não teme regulamentação, mas sim a regulamentação desatualizada”, comparando a situação a tentar gerenciar um aeroporto com regras feitas para estações de trem. Essas críticas aparentemente provocaram uma resposta severa das autoridades chinesas, culminando na suspensão da oferta pública inicial do Ant Group, que prometia ser uma das maiores da história.
Dias após suas declarações, a agência estatal Xinhua publicou um artigo com o título sugestivo: “Não fale impensadamente, não faça o que quiser”. A mensagem foi interpretada como um aviso direto a Ma, reafirmando a autoridade do governo sobre as grandes corporações e seus líderes.
Especialistas do setor, como Blair Silverberg, CEO da startup de financiamento de dívidas Capital, comentaram que as ações do governo chinês visam reafirmar sua supremacia sobre figuras influentes como Jack Ma.
O desaparecimento do fundador do Alibaba levanta questões sobre as consequências para empresários que desafiam o status quo na China, ressaltando o delicado equilíbrio entre inovação e controle governamental.