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Redução da carga tributária não alivia inflação a longo prazo, afirma Roberto Campos

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a redução da carga tributária pode aliviar temporariamente os preços, mas não resolve o problema inflacionário de forma sustentável. Ele ressaltou a importância de considerar fatores estruturais para um controle eficaz da inflação, especialmente no setor de serviços.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirma que a redução da carga tributária não contribui para a redução da inflação no longo prazo.
Presidente do BC, Roberto Campos Neto (Foto: Agência Brasil)

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a redução da carga tributária não contribui estruturalmente para a redução da inflação no longo prazo. A declaração foi feita durante um evento em São Paulo, organizado pelo Banco BTG, onde Campos Neto destacou que diminuir tributos pode até gerar uma queda temporária nos preços, mas não traz benefícios duradouros para o controle inflacionário.

A Relação Entre Redução da Carga Tributária e Inflação

Campos Neto afirmou que cortar tributos, como no caso da alíquota do IPI, não oferece uma solução sustentável para a inflação. Segundo ele, essas medidas podem trazer alívio temporário, mas não atacam a raiz do problema inflacionário. Para um controle eficaz da inflação, é necessário um conjunto de políticas estruturais, como o equilíbrio fiscal e o aumento da produtividade. A simples redução de impostos não garante estabilidade econômica a longo prazo, sendo mais uma medida paliativa.

“Reduzir o preço de um produto sacrificando receita pode oferecer um alívio imediato, mas as expectativas de inflação a médio e longo prazo continuam inalteradas”, afirmou o presidente.

O argumento foi uma resposta ao anúncio do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a possível redução de até 25% no IPI. Essa medida está em fase de estudo pelo governo.

Ele citou exemplos de outros países, como a Colômbia, onde a redução temporária de impostos não resultou em uma queda sustentável da inflação. Isso mostra que medidas fiscais temporárias nem sempre geram efeitos duradouros, reforçando a necessidade de cautela ao adotar políticas semelhantes.

Projeções de Inflação para 2024

O Banco Central projeta uma queda da inflação para o primeiro semestre de 2024, com expectativa de melhora nos índices entre abril e maio. Apesar de uma alta de 10,38% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos últimos 12 meses, o BC acredita que a inflação pode começar a recuar nos próximos meses.

“A perspectiva é que, no acumulado de 12 meses, veremos uma baixa nesse período, refletindo parcialmente a redução da carga tributária, ” afirmou Campos Neto.

Inflação no Setor de Serviços

Outro ponto levantado foi o impacto da inflação no setor de serviços, que, segundo Campos Neto, teve uma alta mais rápida e disseminada.

“O aumento da inflação no setor de serviços foi maior do que esperávamos, e isso está sendo observado com mais cuidado”, explicou. A elevação, em parte, foi atribuída ao aumento nos custos da cadeia de energia.

Campos Neto ressaltou que o Banco Central está avaliando a recomposição de margens e salários no setor. O objetivo é entender melhor os fatores que podem ter influenciado o aumento nos preços. Essa análise busca identificar os elementos que estão pressionando os custos e como isso impacta a economia. O Banco Central continua monitorando atentamente esses dados para tomar decisões mais informadas sobre a política monetária.

Com essas declarações, o BC reforça que a redução da carga tributária, embora possa trazer alívio a curto prazo, pode não ser a solução definitiva para o problema inflacionário. Fatores estruturais mais amplos precisam ser considerados para controlar a inflação de forma eficaz.

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