Ter o seu negócio é o objetivo de milhares de brasileiros e, com o início da pandemia em 2020, muitos forçadamente adiaram seus objetivos. Mas nem todos. Outros, mais ousados, resolveram apostar suas fichas em negócios já testados e consolidados no mercado de franchising, mesmo em um momento tão adverso.
Investir no setor de franquias pode representa um risco menor, pois um modelo negócio já validado tem muito mais vantagens, que iniciar do zero.
O apoio da franqueadora em todas as áreas da operação auxilia tende a facilitar o crescimento do negócio. “Durante a pandemia tivemos que lidar com desafios nunca enfrentados antes. Conseguimos nos adequar às mudanças rápidas, desenvolvemos novas formas de atender nossos clientes sem perder a essência da experiência da nossa marca”, conta André Felipe Portugal, Head de Marketing da Duckbill.
O executivo conta que durante a pandemia, a comercialização de novas unidades continuou crescendo. “Acreditamos que a forma como a rede lidou com as restrições garantiu resultados sólidos que chamaram a atenção de novos investidores”, pontua.
Experiências
Jean Moretto inaugurou uma unidade da La Brasa Burger, em agosto de 2021, em Taquaritinga, conta que o apoio dos consumidores e a relação com a franqueadora contribuição durante o período de início da operação. “Estamos em uma cidade pequena e ficamos com medo do comércio fechar novamente, mas no dia da inauguração vimos esse medo ir embora, a cidade abraçou nossa unidade com muito carinho, tivemos fila de espera por várias semanas. A franqueadora também nos auxiliou muito desde a negociação até a montagem final da loja. Até fundadores da marca, que sempre que precisamos, estão de prontidão para tirar nossas dúvidas”, conta.
O faturamento mensal da loja chega à casa de R$ 200 mil ao mês. “Nossa expectativa é de crescer cada vez mais”, pontua. Luis Demite, diretor geral, do Grupo LFB Franchising, detentor da marca La Brasa Burger, conta que o mais importante nesse período foi manter o profissionalismo e a segurança para os franqueados. “Percebemos que evoluímos muito durante esse período. Lançamos produtos, atualizamos nosso suporte, treinamentos, evoluímos campanhas. Nossos franqueados evoluíram na mesma velocidade e com isso aumentaram suas vendas e abocanharam uma fatia do mercado das lojas/concorrentes que não tinham experiência com delivery, assunto esse que somos experts”.
“Por um lado, pessoas que estavam com receio de empreender, pois o cenário era muito instável. Então, optaram por economizar, com receio do futuro e novas dívidas. Por outro lado, temos aqueles que foram desligados de seus empregos e acumularam capital, cogitando a abertura de um negócio próprio, com a intenção de conseguir se reerguer e garantir uma renda. No geral, a expansão de franquias no modelo padrão ficou em um ritmo mais lento que o normal. Já a procura por microfranquias (devido ao investimento baixo, bem como a possibilidade de trabalhar home-based) aumentou”, contou Cassia Ban, CEO da SuperGeeks, sobre a percepção dos dois momentos distintos vividos durante a pandemia.
Ela conta que adaptar-se as mudanças foi um ponto essencial para o negócio. “Basicamente, de um dia para o outro tivemos que mudar nossos hábitos, as empresas tiveram que transformar seus processos rapidamente para conseguir acompanhar as novas práticas. A tecnologia também veio como uma grande aliada às dificuldades. Apesar das incertezas, esta permitiu que as pessoas pudessem se conectar e continuar com sua (nova) rotina”.
A advogada Ana Teresa Welerson, que investiu em uma unidade da Fast Escova em outubro de 2020, conta que com o apoio da franqueadora, já consegue atingir um faturamento acima do esperado. “Acredito que incertezas temos em qualquer negócio, mas acreditávamos muito na marca e isso nos ajudou a manter firme no objetivo. Estávamos na ponta mais prejudicada pelo isolamento social, e o suporte e as ações da franqueadora foi extremamente necessário para que conseguíssemos sair juntas nessa”. Hoje, a unidade da empresária atende uma média de 800 clientes por mês.
Já a ex-bancária Juliana Galvão Raineri, inaugurou três unidades da Mary Help em janeiro de 2020 e conta sobre as mudanças feitas com a chegada do isolamento social. “Nossa inauguração foi um sucesso, nós estudamos as regiões e recrutamos as primeiras diárias antes da abertura das unidades, na época, nem se falava em coronavírus. Já tínhamos mapeado todo o marketing e a as ações de redes sociais. Com a chegada da pandemia tivemos que refazer tudo e só conseguimos passar por isso, com um controle bem próximo do fluxo de caixa. A franqueadora também foi uma grande parceira, éramos atualizados a cada novidade”, conta.
Hoje, as três unidades de Juliana atendem uma média de 900 clientes por mês e o faturamento desde as inaugurações supera R$ 4,5 milhões. Para José Roberto Campanelli, fundador da marca, atenção com o franqueado e ao consumidor é dever da franqueadora. “Por ser a rede de franquias pioneira e mais ativa no setor de agendamento, temos o diferencial a experiência acumulada durante esses anos com mão-de-obra treinada e qualificada para a realização de serviços, o que é há muito tempo ansiado pelo público que enfrenta a escassez no número de empregadas domésticas mensalistas e sofre com o despreparo e a falta de confiança nas diaristas”.
O empresário Luiz Eduardo, inaugurou em abril do ano passado uma unidade do Instituto Gourmet em Angra, no Rio de Janeiro. Ele também é responsável pela administração das unidades da rede em Itaguaí e Recreio. “Enfrentamos muitas incertezas e dúvidas, mas mantivemos o foco e dedicação, isso vez que nossa inauguração em Angra se tornasse um case de sucesso da rede”, comenta.
Hoje a unidade de Angra possui 530 alunos e um faturamento de R$ 230 mil reais. Robson Fejoli, sócio fundador da marca conta que resiliência, foco foram determinantes. A maior rede de franquias de ensino profissionalizante em gastronomia mostrou a importância em saber se adaptar internamente para manter o crescimento da rede mesmo com as incertezas econômicas do mercado.
“2021 foi um ano bastante desafiador e de grandes aprendizagens para o Instituto Gourmet. Tivemos uma adaptação muito rápida do digital durante esse período. Muitos projetos que antes estavam na gaveta, tiveram que nascer do dia para noite, e com isso, percebemos o quanto foi essencial para passarmos por esse período de pandemia”, finaliza Fejoli.