Roberto Calvi, conhecido como o Banqueiro de Deus, desempenhou um papel central em um dos maiores escândalos financeiros da Itália. Sua morte, que inicialmente foi considerada um suicídio, mas posteriormente confirmada como assassinato, gerou controvérsia. Essa controvérsia, por sua vez, levantou teorias que envolvem o Banco do Vaticano, a Máfia italiana e a loja maçônica Propaganda Due.
A Queda do Banco Ambrosiano
Calvi, presidente do Banco Ambrosiano, deixou um rombo de US$ 1,4 bilhão nas contas da instituição. O Banco do Vaticano, principal acionista do Ambrosiano, também sofreu com um déficit de 250 milhões de dólares. Essa gestão desastrosa levantou suspeitas de envolvimento da Máfia, que teria utilizado o banco para lavagem de dinheiro.
A Conexão com a Máfia
As investigações apontam que a Cosa Nostra assassinou Calvi devido à má administração dos fundos mafiosos. A organização criminosa siciliana, que confiou uma fortuna ao banqueiro, teria decidido eliminá-lo para evitar que revelasse segredos sobre o esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o Banco Ambrosiano e o Banco do Vaticano.
O Papel do Vaticano e da Loja Maçônica
O Monsenhor Paul Marcinkus, chefe do Instituto de Obras Religiosas (IOR), foi fundamental para a ascensão de Calvi no Banco Ambrosiano. Apesar de protegido pelo Papa João Paulo II, Marcinkus enfrentou investigações sobre seu papel na falência do banco. Algumas fontes sugeriram o envolvimento da loja maçônica Propaganda Due (P2), o que intensificou as especulações sobre o caso.
A morte do banqueiro Roberto Calvi, em 1982, continua a ser um mistério envolto em especulações e teorias que ligam figuras poderosas e organizações clandestinas. Embora muitos aspectos permaneçam obscuros, o caso revela a complexa rede de interesses que o cercava, como o Vaticano, a Máfia e a P2.